quarta-feira, 30 de março de 2011

TÓPICOS DE FILOSOFIA: O QUE PENSAM OS FILÓSOFOS?


A paz do Senhor a todos! Abaixo, mais um artigo da série "Tópicos de filosofia". Deliciem-se.

O QUE PENSAM OS FILÓSOFOS?

Não raro, o senso comum afirma que todo filósofo não é bem certo do juízo. Um filósofo responderia, possivelmente, com uma pergunta do tipo: “o que é algo certo?”

Uma tarde dessas estava conversando com um amigo sobre a dificuldade das ciências que fabricam coisas responderem a perguntas sobre coisas simples como o que é certo ou errado, bom ou ruim. Uma ciência particular nunca poderá dizer o que é melhor ou pior. Diz o que é maior, mais eficiente, mais pesado… quer dizer, se prende àquelas coisas que são mensuráveis.

A beleza, a felicidade humana, a ética, a reflexão, a alma e Deus não podem ser medidos porque não são coisas. Não são coisas, mas são a base para que façamos boas escolhas, até quando tivermos que escolher coisas.

Talvez, a grande dificuldade do senso comum com a filosofia tenha a ver com a necessidade de respostas. Em um mundo onde tudo é imediato, on-line, as pessoas gostam de soluções e esperam também da filosofia, que muitas vezes desconhecem, respostas prontas, tipo fast food. Nisso a filosofia ajudará pouco. É possível que o desconhecimento do que é filosofia e do quanto pode mudar a vida das pessoas, nesse caso dos filósofos, seja a causa da opinião do senso comum a que nos referimos anteriormente.

A filosofia é, de alguma forma, uma ciência que nos permite fazer escolhas mais acertadas sobre a nossa vida e sobre o mundo em que vivemos, nos ensinando a levantar as questões que podem ser realmente interessantes.

Platão, um dos filósofos mais conhecidos, tentou mostrar o quanto a filosofia pode mudar a forma de ver o mundo de uma pessoa. Fez isso na sua conhecida Alegoria da Caverna (ou Mito da Caverna).

Pode-se dizer que, de modo geral, o filósofo não vê no mundo somente aquilo que é percebido pela sensação, pelos nossos sentidos. Os sentidos são a nossa porta de entrada para o conhecimento do mundo que nos rodeia. Assim, observamos o mundo pelos sentidos e dizemos que isso ou aquilo é ou existe. Muitas vezes, ingenuamente, encaramos as coisas simplesmente como elas ‘tocam os nossos sentidos’ (Kant) e achamos que as coisas e a realidade são apenas isso. O filósofo não se contenta com o conhecimento que conseguimos com os sentidos. Então, como ele internaliza isso? Simples!

Ele olha para além do que é percebido pelos sentidos.

As coisas do mundo sensível (do chamado mundo empírico) mudam e, portanto, as afirmações que fazemos sobre ele são também passageiras. Uma árvore se modifica muito de um mês para outro... como podemos dizer que se trata da mesma árvore antes e depois, se ela se modificou?

Ora, aquilo que muda deixa de ser. O nosso conhecimento sobre as coisas é um conhecimento muito relativo, temporal e, por isso mesmo, limitado, similar a algumas teorias que surgem sobre vários assuntos desconhecidos, procurando explicá-los, sem que seus “pesquisadores” tenham a menor experiência (anterior) com ele.

Por isso, fiquei surpreso com o Pr Ricardo Gondim, quando verbalizou que Deus tinha "se mandado" de nossas vidas, que não estava mais ai pra nada (como no caso do tsunami no Japão, fato que ele atrelou a essa "desistência", a esse "abandono" divino do ser humano, deixando-o ao prazer da "sorte").

O filósofo procura, enfim, aquilo que permanece inalterável, imutável, mesmo com as mudanças das aparências das coisas com o tempo. E o faz para permanecer na busca constante da verdade, para que suas atitudes (e as conseqüências) sejam as menos dolorosas possíveis.

Lago da Pedra, MA., 29 de março de 2011.

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