quinta-feira, 31 de março de 2011

RECORDAR É VIVER: O CULTO AO CORPO OU A MITIFICAÇÃO DA BELEZA


A paz do Senhor a todos!

A partir desse momento, sempre que possível, vou compartilhar com meus leitores meus artigos que escrevi nos últimos 10 anos. A seguir, um artigo escrito em 24/11/2006, assim que a ocorreu a morte da modelo Ana Carolina Reston Macan, de 21 anos, que faleceu dia 14 de novembro de 2006 de anorexia nervosa. O assunto foi para a mídia e, na época, eu era diretor uiversitário e a comunidade acadêmica, formada majoritariamente por jovens, ficou aguardando uma posição nossa sobre o ocorrido. O título do artigo foi:

O CULTO AO CORPO OU A MITIFICAÇÃO DA BELEZA. Ei-lo abaixo:

Parece até deja wu. Sempre que alguma figurinha importante do meio artístico (moda, música, cinema, etc.) sofre complicações de saúde ou morre em decorrência da busca pelo modelo estético pessoal ideal, lá vamos nós, educadores, psicólogos, analistas de plantão e populares emitir nossa opinião sobre o assunto. Blá blá blá pra cá, blá blá blá pra lá, mas fica sempre uma pulguinha atrás da orelha: por que as pessoas são tão repetitivas?? Por que os exemplos (maus, evidente) que a Mídia dilacera para a opinião pública não são levados a sério por modelos, artistas em geral e adoradores do culto ao corpo?


Senão, vejamos, só para exemplificar dois casos tupiniquins: na manhã de 9 de outubro de 1996, a modelo e atriz Cláudia Liz deu entrada na Clínica Santé, em São Paulo, para se submeter a uma lipoaspiração. Horas mais tarde, ela foi levada às pressas para o Hospital Albert Einstein em coma. O Brasil todo acompanhou o que aconteceu pela TV e pelos Jornais, da internação à alta. O diagnóstico, nas palavras da própria modelo: “...foi um broncoespasmo... Esse broncoespasmo me deu um edema cerebral, entrei em coma em grau oito [a escala vai até dez], pois quando cheguei no Einstein estava em convulsão. Na clínica, de onde o Celso me tirou por volta das 18h, eles me sedaram porque se não fizessem isso minha cabeça iria "explodir". O edema foi aumentando. Tive falta de oxigenação no cérebro... Na época em que fui fazer a "lipo" era para ficar como estou agora. A vida me tirou esses quilos. Eu já fui anoréxica, sem saber que era. Tem um monte de modelo que é doente e não sabe. Sempre tive uma alimentação completamente errada.”[1].

Depois ela confessou que tudo aquilo aconteceu porque ela foi extremamente vaidosa e havia, digamos, uma “pressão” por parte de algumas agências que a estariam sondando para alguns trabalhos (desfiles, books, etc.).

Vou citar apenas esse caso, ocorrido em 1996, para contrapor com um recente, que foi a morte da modelo Ana Carolina Reston Macan, de 21 anos, que morreu dia 14 de novembro de anorexia nervosa[2], depois que seu quadro se agravou e evoluiu para uma infecção generalizada. Carolina tinha cerca de 40 quilos e 1,74 m de altura e foi internada dia 25 de outubro com insuficiência renal. Ela foi enterrada no cemitério de Pirapora do Bom Jesus, na grande São Paulo.

Por que a busca pela beleza tem ceifado tantas vidas e causado sérios problemas em muitos artistas, aqui e no resto do mundo? Será que a felicidade está associada a um belo e escultural corpo, formas perfeitas? Por que a beleza é tão explorada neste início de século XXI? Por que a perfeição estética é tão necessária e cobrada pela mídia?

Bem, dentro do escopo da Filosofia, a estética é a disciplina que se ocupa com a investigação racional do belo e com a análise dos sentimentos por ele provocados.

Na medida em que a arte começou a ser entendida como canal de expressão da beleza e do belo, também passou a ser alvo das reflexões estéticas. Dessa maneira, o belo, a arte, as emoções estéticas, os sentimentos e os juízos estéticos são temas presentes nas discussões e especulações da área da filosofia denominada estética.

No dualismo de Platão, ele desnuda-nos duas situações extremamente opostas: diz que esse mundo sensível, de nossas experiências terrenas, esse mundo físico, essa “prisão”, não concentra em si mesmo a realidade última, verdadeira... Para ele, a verdadeira essência das coisas, dos nossos conceitos, do ser cognoscente das pessoas, de nossos sonhos, desejos e ambições residem num plano superior de nossa existência, o “Mundo Ideal”, ou “Mundo das Idéias”. Assim, esse conceito de beleza que nossa sociedade tanto enaltece, busca, exige e defende como sendo “o caminho para o sucesso imediato”, para a mídia, tv, mundo fashion etc, não teria nenhum valor para Platão, posto que tudo isso é efêmero, perecível... Para ele, o que nós devemos buscar e conservar são os sentimentos mais íntimos, da verdadeira essência do belo, da beleza.... Então o belo é o bem, é a verdade, é a perfeição; existe em si mesma, apartada do mundo sensível, residindo, portanto, no mundo das idéias.

Em O Banquete, Platão define o amor como sendo a junção de duas partes que se completam, constituindo um ser andrógino que, em seu caminhar giratório, perpetua a existência humana. Esse ser, que só existe no mundo das idéias platônico, confere à sua natureza forma e uma espécie peculiar de beleza: a beleza da completude, do todo indissociável, e não de uma beleza que simplesmente imita a natureza.

Assim, temos em Platão uma concepção de belo que se afasta da interferência e da participação do juízo humano, ou seja, o homem tem uma atuação passiva no que concerne ao conceito de belo: não está sob sua responsabilidade o julgamento do que é ou não belo.

Mas não é o que acontece, parafraseando o mestre Platão, nesse nosso “mundo sensível”, das emoções, da vida ir(real) que nós vivemos no dia-a-dia, em nossas rotinas, com nossos problemas e elucrubações físicas e metafísicas, vez por outra... Não... Aqui, é a lei do mais forte ou do mais belo... Mas quem dita essas regras? Quem está no controle de nossas vidas ao ponto de não termos mais amor próprio?

Uma das responsáveis por tudo isso é a própria mídia, que superexpõe e enaltece o estereótipo das supermodelos, faz super cobertura nos fashionweeks, leva os atores e atrizes para as capas das revistas semanais (de fofocas) mais conhecidas do país, mostra a todo momento, nos comerciais brazucas e enlatados (aqueles produzidos nos EUA tipo exportação) feitos sob medida para os países em sub, ops, digo em desenvolvimento, os corpos de modelos e atores supersarados, ao custo de dias e noites (e mais algumas substâncias proibidas por lei - bombas) em academias “especialializadas”, que se multiplicam como enxame de abelhas por todo o país, especialmente nos grandes centros de diversão do país.

Tem culpa também as “agências de modelos”, que praticamente obrigam e ditam o ritmo das vidas de seus contratados e contratadas, impondo-lhes o fardo de permanecer com um “peso ideal”, exigidos por contratos milionários, onde a “imagem perfeita” vende roupas para as altas e mais produtivas estações de moda. Isso sem falar que um belo corpo é garantia de trabalho e “moeda de troca” indispensável para alguns e barganha íntima com proprietários de agências, barganha essa que “pode garantir o sustento da família”, mesmo que pra isso se abra mão da dignidade do corpo, que passa a ser usado como objeto de uso sexual por quem “pagar mais”, quem “oferecer um trabalho”, quem “abrir a oportunidade para um book” etc.

Essa via crucis atinge tanto a homens, como mulheres, no meio artístico em geral. A Anorexia nervosa que ataca as mulheres, também ataca os homens, geralmente modelos que desejam migrar para o meio artístico televisivo: os talkshows, programas de auditórios e as famigeradas “novelas”, o palco ideal para a exposição do “corpo perfeito”, das “belas formas”, que rende, além da superexposição, contratos milionários com as grandes marcas de cerveja, de calçados, de alimentos e etc.


Nos homens, esse exagero perfeccionista corporal é denominado de vigorexia[3], e está associada à busca pela perfeição corporal.

O Dr. José Rui Bianchi, médico psiquiatra e autor do livro “Emagrecer também é Marketing” – DVS Editor, diz que “a insatisfação consigo mesmo demonstra a falta de auto-estima, principalmente com a imagem corporal. O fato da pessoa não se ver bonita é mais mental do que a própria realidade. Quando a pessoa se gosta, suas células do rosto (que tem a mesma origem do folheto embrionário do sistema nervoso) demonstram esse sentimento e ela se vê e se sente bonita. O rosto mostra o que a pessoa sente e isso é inconsciente. Quantas pessoas saem de casa achando-se feias e, por conseqüência, têm a sensação de que as outras pessoas estão achando a mesma coisa. Uma das maneiras de se combater a anorexia e a vigorexia é manter a auto-estima elevada, que já comentamos em outras matérias. Nos dois casos, as pessoas devem procurar ajuda profissional”.

A pesquisadora Ana Lúcia de Castro, doutora em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH/Unicamp, em Artigo publicado em Lecturas: Educación Física y Deportes em março de 1998, assim declama: “É possível entendermos a preocupação com o culto ao corpo como traço característico das sociedades contemporâneas, assim como também aspecto intimamente ligado à constituição do "moderno". Nicolau Sevcenko aponta a preocupação com a corporeidade como uma das mais importantes características da atmosfera moderna que envolvia a nascente metrópole tecnológica por ele estudada: a São Paulo dos anos vinte. Segundo este autor, sob a genérica denominação de "diversão" ou "entretenimento", há uma série de hábitos físicos, sensoriais e mentais que, embora existissem desde o começo do século na cidade de São Paulo, são incorporados sistematicamente no cotidiano de seus habitantes na segunda década do século XX.
“O antigo hábito de repousar nos fins de semana se tornou um despropósito ridículo. Todos para a rua: é lá que a ação está... Não é descansando que alguém se prepara para a semana vindoura, é recarregando as energias, tonificando os nervos, exercitando os músculos, estimulando os sentidos, excitando o espírito...(Esses hábitos) são arduamente exercitados, concentradamente no fim de semana, mas a rigor incorporados em doses metódicas como práticas indispensáveis da rotina cotidiana.”[4]

Continuando, a Dra. Ana Lúcia apregoa que “...a explosão publicitária no pós-guerra, por sua vez, foi, sem dúvida, grande responsável pela difusão de hábitos relativos aos cuidados com o corpo e às práticas de higiene, beleza e esportivas, preconizadas por médicos e moralistas burgueses desde o início do século. O desenvolvimento do cinema e da televisão, com sua rede de "olimpianos” [5], muito contribuiu para os profissionais dos cuidados com o corpo venderem suas imagens e seus produtos. Mas é importante ressaltar a mudança de comportamento que se impunha nesse momento. Ao colocarem suas imagens (estrelas de cinema com sorriso branco e cabelos brilhantes anunciando creme dental e xampu), esses profissionais colocavam em jogo novas práticas, difundiam uma nova maneira de lidar com o próprio corpo e um novo conceito de higiene, a tal ponto que, como afirma Prost, "os comerciantes contribuíram mais do que os higienistas para difundir os novos hábitos do corpo”[6].

Sob os anos sessenta, ela entende que “... são palco da difusão da pílula anticoncepcional, da chamada "revolução sexual" e do movimento feminista, elementos que, associados à contracultura e ao "hippismo" contribuirão para a colocação da corporeidade como importante dimensão no contexto de contestação que marca a década. O corpo é colocado em cena pela contracultura como lócus da transgressão, do delírio e do "transe", através das experiências da droga e do sexo”.

Os anos oitenta podem ser entendidos como um marco importante para a temática, na medida em que nessa década a corporeidade ganhou vulto nunca antes alcançado, em termos de visibilidade e espaço no interior da vida social, pois se no período anterior os cuidados com o corpo visavam a sua exposição durante o verão, a partir da década de oitenta as práticas físicas passam a ser mais regulares e cotidianas, expressando-se na proliferação das academias de ginástica por todos os centros urbanos. Paralelamente a esse processo temos o advento da chamada "Geração Saúde", a partir dos anos oitenta, representativa de certa postura frente à vida que, de certa forma em oposição ao padrão de comportamento representativo da geração de seus pais, levantam a bandeira anti-drogas, com destaque para o tabagismo e o alcoolismo, ao lado da defesa da ecologia, do naturalismo e do chamado "sexo seguro" - fenômeno também fortemente relacionado ao advento da AIDS - que em alguns casos significa a revalorização da virgindade feminina, não mais até o casamento, mas até a certeza de que o primeiro relacionamento sexual signifique o envolvimento afetivo prolongado com o parceiro.

Mas o que teria levado as sociedades contemporâneas a intensificar a preocupação com o corpo e colocá-la como um dos elementos centrais na vida das pessoas? É possível arriscarmos algumas hipóteses. Em primeiro lugar, essa intensificação está ligada à própria história da moda, que pode ser entendida como as imagens sociais do corpo, o espelho de uma determinada época e nesse sentido é interessante lembrarmos que no Séc. XIX a camisola só podia ser usada no interior do quarto e qualquer referência a ela, em público, seria motivo de rubor. Cabelos soltos, da mesma forma, só eram permitidos no espaço privado, sendo o penteado uma exigência para o espaço da rua. Mostrar o corpo não era também muito comum, as pessoas decentes andavam de luvas e chapéus, mostrando apenas o rosto, com exceção dos trajes de noite femininos, que apresentavam grandes decotes. Gradualmente, a flexibilidade no vestuário vai ganhando espaço frente à rigidez. Os homens passam a usar colarinhos mais flexíveis e chapéus de feltro moles no lugar dos colarinhos duros e chapéus rígidos, enquanto as mulheres vão abandonado os corpetes e as cintas, que cedem lugar à calcinhas e sutiãs. As saias vão se encurtando, as meias valorizam as pernas e os tecidos pesados vão sendo substituídos por mais macios que salientam as curvas do corpo.”[7]

Hoje, em pleno século XXI, podemos afirmar que o cinema de Hollywood ajudou a criar novos padrões de aparência e apresentação físicas, levando a um público massivo a importância do "looking good". Hollywood difundiu novos valores da cultura de consumo e projetou imagens de estilos de vida glamourosos para o mundo inteiro. As estrelas de cinema ajudaram a conformar um ideal de perfeição física, introduzindo novos tipos de maquiagem, cuidados com cabelos, técnicas para corrigir imperfeições.

A observação do Programa Malhação nos permite afirmar que seu formato recupera e atualiza matrizes genéricas, trabalhando temas do universo adolescente. Tendo como formato básico episódios semanais, compostos por 5 capítulos de 30 minutos, esta espécie de "mini-novela" vai ao ar de segunda a sexta, às 17:30, tendo a clara intenção - através do elenco e das temáticas - de captar o segmento jovem. O Elenco é mais ou menos fixo: os freqüentadores da academia e funcionários (médica, recepcionista, professores), sendo que em cada episódio são convidados dois ou três atores que entram temporariamente na trama.

Embora tenha algumas características da "Soap Opera" americana, como o tempo em que está no ar (dez anos) e o elenco mais ou menos fixo, não podemos definir Malhação como uma clássica "Soap Ópera", pois esta tem a característica de cada capítulo encerrar-se em si mesmo," (Allen, 1985) o que não ocorre em Malhação, que exige do expectador um acompanhamento diário para que não se perca no encadeamento da narrativa.

As histórias giram em torno do universo adolescente, tematizando a virgindade, a sexualidade, os prós e os contras na decisão em se casar. Na maior parte do tempo a cena se desenrola no interior da Academia, e são diversos os espaços existentes, mostrando que tudo pode ser feito sem necessitar sair de lá: sauna, cantina para lanche, restaurante de comida japonesa, locadora de vídeo, lojas de roupas e acessórios, ambulatório; mas boa parte dos diálogos ocorrem sobre aparelhos de ginástica e no vestiário, espaço no qual as meninas podem trocar segredos íntimos sem o risco de algum garoto ouvir, pois os vestiários são separados por sexo. É curioso notarmos que quando a câmera sai do interior da Academia, vai para ambientes em que corpos estão em evidência, como a praia, por exemplo, e, embora mude o cenário, continuam predominando, em termos de imagens, coxas, torsos, umbigos e bumbuns perfeitamente esculpidos, entre as cores vivas dos biquínis e maiôs.

É curioso observarmos que este momento em que o culto ao corpo ganha espaço no interior da vida social é, coincidentemente, próximo do apontado como o ponto de inflexão das sociedades capitalistas ocidentais, que passariam a ter uma nova configuração. Se a modernidade entra numa nova etapa e ganha contornos diferenciados, o mesmo ocorre ao culto ao corpo, ou à relação dos indivíduos com seus corpos, pois se o desenvolvimento técnico tem tido grande influência sobre a vida social nessa etapa contemporânea da era moderna, o mesmo pode ser dito com relação à corporeidade. A técnica tem impactado em muito a relação dos indivíduos com seus corpos na sociedade contemporânea. A possibilidade de esculpir-se ou de se desenhar seu próprio corpo se coloca como algo que propicia a cada um estar o mais próximo possível de um padrão de beleza que é estabelecido globalmente; afinal as medidas do mercado da moda são internacionais.

É, então, o momento, de darmos um break e analisarmos tudo que temos visto. De um lado, a necessidade de trabalho, de estabelecer um status quo, de manutenção das famílias, dependentes na quase totalidade dos “contratos” que os filhos estabelecerão com agências de modelos, produções de novelas, grandes marcas, escolas de sambas, etc... De um outro, o amor pela vida, bem que está sendo desprezado com o consentimento, com raríssimas exceções, dos pais, mesmo que inconscientes e daqueles que dominam o setor empresarial desse filão no país e no mundo.

O que nós queremos para nossos filhos e filhas?

Umas das autoridades mais conceituadas na área, O médico brasileiro Ivo Pitanguy, “guru” da cirurgia plástica mundial, considera “exagerado” o atual culto ao corpo, estimando que é mais importante “o culto à inteligência”. “Esta exagerada atenção ao corpo não é culpa da cirurgia plástica, mas do marketing que vende a imagem da juventude, da beleza”, acrescentou Pitanguy em Madri, onde participava de um congresso de patologia mamária.

Pitanguy, 80 anos, fez em 51 anos de carreira mais de 60 mil operações de cirurgia plástica em sua luxuosa clínica do Rio de Janeiro, algumas delas em celebridades como Sofia Loren e Elizabeth Taylor, além de ter formado em sua maneira de operar mais de 400 cirurgiães em todo o mundo.

“A cirurgia estética é para se sentir bem com você mesmo, não para os outros”, acrescentou.
Grande especialista em “lifting” facial feminino, Pitanguy destacou o número crescente de homens que se operam, principalmente para tirar as bolsas sob os olhos e reduzir os “pneus” na cintura.

Ele mesmo nunca se submeteu a uma intervenção de cirurgia plástica, pois afirma que tem medo dos médicos e de ser operado.

A Espanha, onde quase 300.000 pessoas se submetem todos os anos a uma operação de cirurgia plástica, está no primeiro plano europeu neste setor.

Concluindo, deixo as palavras do filósofo francês Gilles Lipovestsky, em recente entrevista à Silvia Rogar, da revista Veja. Segundo ele, "Estar na moda, não se restringe ao vestuário apenas, rege outras esferas da vida como o culto ao corpo, o consumo e o bem-estar". Isto é interagir socialmente de uma maneira participativa e extremamente benéfica numa época de globalização.

Entretanto, diz ele, tem que haver uma certa dose para este novo conceito social frente ao belo. Se a visão for muito micro, a ótica de tais preocupações poderá gerar um aumento da ansiedade, angústia e depressão. Isto quer dizer o seguinte: há atualmente, incontestavelmente, o culto ao corpo e à saúde, mas a dose para tal preocupação precisa de um certo equilíbrio para que a vida não gire apenas em torno desta temática e se torne uma obsessão com tendências patológicas.

É aqui que afloram a anorexia e a vigorexia. Vigiemos, pois ...

NOTAS:

[1] Cláudia Liz, em entrevista à Revista MARIE CLAIRE, setembro de 2000.

[2] Transtorno alimentar no qual a busca incansável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias mirabolantes e perigosas para perder peso, ocasionando emagrecimento compulsório e prejudicial à saúde. As pessoas anorexas apresentam um medo mórbido de engordar, mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 à 22 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.

[3] Síndrome do corpo perfeito, em que o homem nunca está satisfeito com sua imagem. É um transtorno psiquiátrico do culto ao corpo. Mesmo que o homem esteja musculoso, se vê miúdo e fraco.

[4] SEVCENKO, N. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20, p. 33


[5] Os "olimpianos" são definidos por Edgar Morin como os seres transformados em "sobre-humanos" pela cultura de massa. São os astros e estrelas de cinema, os campeões esportivos, governantes, pintores e literatos célebres. A imprensa seria responsável por "revesti-los de um caráter mitológico" e, por outro lado, por buscar "mergulhar em suas vidas privadas a fim de extrair delas a substância humana que permite a identificação."

[6] PROST, A. "Fronteiras e Espaços do privado". IN: ARIÉS, P. & DUBY, G. História da Vida Privada, vol 5, p. 98.

[7] __________Ibdem.

Bibliografia

PAREYSON, L. Os problemas da estética. 3ª ed. Trad. Maria Helena Nery Garcez. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ALLEN, R. (1985) Speaking of Soap Opera. North Carolina, University of North Carolina.
BAUDRILLARD, J. Sociedade de consumo. Lisboa, Edições 70.
BOLTANSKI, L.(1989) As classes sociais e o corpo. Rio de Janeiro, Graal.
CODO, W. & SENNE, W. A. (1993) O que é Corpolatria?. São Paulo, Brasiliense.
CONNOR, S. (1992) "TV, vídeo e filmes pós-modernos". In: Cultura Pós-moderna: introdução às teorias do contemporâneo. São Paulo, Loyola.
FEATHERSTONE, M. (1995) Cultura de consumo e Pós-modernismo. São Paulo, Studio Nobel.
FEATHERSTONE, M. (1994) "O curso da vida: corpo, cultura e o imaginário no processo de envelhecimento". In: DEBERT, G. G (org.) Antropologia e velhice. Coleção Textos Didáticos 13, UNICAMP-IFCH.
JAMESON, F. (1995) Pós-Modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo, Ática.
FOUCAULT, M. (1985) História da Sexualidade, Vol 3, "o cuidado de si". Rio de Janeiro, Graal.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martin Claret, 2002.
HEGEL, G. W. Estética: o belo artístico ou o ideal. In: Os Pensadores [Tradução de Orlando Vitorino] São Paulo: Nova Cultural, 1988.
SHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade de Representação. São Paulo: Editora Contraponto, 2001.
MORIN, E. (1987) Cultura de massa no século XX: o espírito do tempo. vol 1, Rio de Janeiro, Forense Universitária.
ORTIZ, R. (1993) "Cultura e mega-sociedade mundial". In: Lua Nova - Estado, reforma e desenvolvimento, nº 28/29. São Paulo, Marco Zero/CEDEC.
_________________ (1991) Cultura e modernidade. São Paulo, Brasiliense.
_________________ (1994) Mundialização e cultura. São Paulo, Brasiliense.
PROST, A. (1992) "Fronteiras e Espaços do privado. In: ARIES, P. & DUBY, G. História da Vida Privada, vol 5. São Paulo, Cia das Letras.
RAMOS, J.M.O (1995) Televisão, publicidade e cultura de massa. Petrópolis, Vozes.
REVISTA VEJA. A vitória sobre o espelho. Agosto de 1995.
SEVCENKO, N. (1992) Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo, Cia das Letras.
VINCENT, G. (1992) "O corpo e o enigma sexual". IN: ARIES, P. & DUBY, G. História da Vida Privada, vol. 5. São Paulo, Cia das Letras.
WILLIAMS, R. (1975) Television: technology and cultural form. New York, Schocken Books.

Prof Damasceno

24/11/2006

quarta-feira, 30 de março de 2011

TÓPICOS DE FILOSOFIA: O QUE PENSAM OS FILÓSOFOS?


A paz do Senhor a todos! Abaixo, mais um artigo da série "Tópicos de filosofia". Deliciem-se.

O QUE PENSAM OS FILÓSOFOS?

Não raro, o senso comum afirma que todo filósofo não é bem certo do juízo. Um filósofo responderia, possivelmente, com uma pergunta do tipo: “o que é algo certo?”

Uma tarde dessas estava conversando com um amigo sobre a dificuldade das ciências que fabricam coisas responderem a perguntas sobre coisas simples como o que é certo ou errado, bom ou ruim. Uma ciência particular nunca poderá dizer o que é melhor ou pior. Diz o que é maior, mais eficiente, mais pesado… quer dizer, se prende àquelas coisas que são mensuráveis.

A beleza, a felicidade humana, a ética, a reflexão, a alma e Deus não podem ser medidos porque não são coisas. Não são coisas, mas são a base para que façamos boas escolhas, até quando tivermos que escolher coisas.

Talvez, a grande dificuldade do senso comum com a filosofia tenha a ver com a necessidade de respostas. Em um mundo onde tudo é imediato, on-line, as pessoas gostam de soluções e esperam também da filosofia, que muitas vezes desconhecem, respostas prontas, tipo fast food. Nisso a filosofia ajudará pouco. É possível que o desconhecimento do que é filosofia e do quanto pode mudar a vida das pessoas, nesse caso dos filósofos, seja a causa da opinião do senso comum a que nos referimos anteriormente.

A filosofia é, de alguma forma, uma ciência que nos permite fazer escolhas mais acertadas sobre a nossa vida e sobre o mundo em que vivemos, nos ensinando a levantar as questões que podem ser realmente interessantes.

Platão, um dos filósofos mais conhecidos, tentou mostrar o quanto a filosofia pode mudar a forma de ver o mundo de uma pessoa. Fez isso na sua conhecida Alegoria da Caverna (ou Mito da Caverna).

Pode-se dizer que, de modo geral, o filósofo não vê no mundo somente aquilo que é percebido pela sensação, pelos nossos sentidos. Os sentidos são a nossa porta de entrada para o conhecimento do mundo que nos rodeia. Assim, observamos o mundo pelos sentidos e dizemos que isso ou aquilo é ou existe. Muitas vezes, ingenuamente, encaramos as coisas simplesmente como elas ‘tocam os nossos sentidos’ (Kant) e achamos que as coisas e a realidade são apenas isso. O filósofo não se contenta com o conhecimento que conseguimos com os sentidos. Então, como ele internaliza isso? Simples!

Ele olha para além do que é percebido pelos sentidos.

As coisas do mundo sensível (do chamado mundo empírico) mudam e, portanto, as afirmações que fazemos sobre ele são também passageiras. Uma árvore se modifica muito de um mês para outro... como podemos dizer que se trata da mesma árvore antes e depois, se ela se modificou?

Ora, aquilo que muda deixa de ser. O nosso conhecimento sobre as coisas é um conhecimento muito relativo, temporal e, por isso mesmo, limitado, similar a algumas teorias que surgem sobre vários assuntos desconhecidos, procurando explicá-los, sem que seus “pesquisadores” tenham a menor experiência (anterior) com ele.

Por isso, fiquei surpreso com o Pr Ricardo Gondim, quando verbalizou que Deus tinha "se mandado" de nossas vidas, que não estava mais ai pra nada (como no caso do tsunami no Japão, fato que ele atrelou a essa "desistência", a esse "abandono" divino do ser humano, deixando-o ao prazer da "sorte").

O filósofo procura, enfim, aquilo que permanece inalterável, imutável, mesmo com as mudanças das aparências das coisas com o tempo. E o faz para permanecer na busca constante da verdade, para que suas atitudes (e as conseqüências) sejam as menos dolorosas possíveis.

Lago da Pedra, MA., 29 de março de 2011.

terça-feira, 29 de março de 2011

TÓPICOS DE FILOSOFIA: A CIÊNCIA, O CONHECIMENTO, O TEMPO E DEUS


Amados, a Paz do Senhor!

Continuando esta série sobre Filosofia, abaixo mais um artigo, trazendo à lume o conceito de ciência, perpassando pelo conhecimento, o tempo e finalizando com Deus, numa interligação dialética.

A CIÊNCIA, O CONHECIMENTO, O TEMPO E DEUS

As chamadas ciências modernas são uma aventura relativamente nova da razão e, antes de existirem, a palavra ciência já era conhecida e utilizada para designar muito mais que conhecimentos técnicos sobre a natureza. Ciência já teve um sentido muito mais vasto, significou conhecimento certo ou mesmo sabedoria.

Dependendo da época e dos autores, os tipos de conhecimentos podem variar muito, tanto em quantidade quanto em qualidade. Por exemplo, dois escritores brasileiros (PARRA FILHO e SANTOS, 1998) tentaram falar sobre os tipos de conhecimento em um livro de metodologia. No seu texto esses dois autores apontam conhecimentos como o intuitivo que vêm dos sentidos como a visão, a audição etc. Conhecimento racional que seria fruto quase que somente da razão e o conhecimento intelectual. Para esses autores essa última forma de conhecimento reúne a experiência (que eles chamam de intuição) e também a razão.

Bem, para eles o conhecimento científico é bem diferente e talvez melhor que todos esses citados.
Aquele conhecimento que todos temos no dia-a-dia das nossas vidas e que é comum nas pessoas mais idosas é denominado por Parra Filho e Santos de “[…] conhecimento vulgar […]” (p. 51).

Não creio que seja um problema dos autores citados acima, mas penso que há aqui uma dose de menosprezo já que, vulgar, entre outras coisas, pode significar algo desprezível e banal. Esse conhecimento que hoje parece desprestigiado pode ser bem aproveitado. Dissemos acima que dependendo da época e da pessoa que avalia o conhecimento, a importância de cada saber pode variar; é disso que gostaria realmente de tratar.

Um cearense, Manfredo Oliveira (1993), entende que a época em que vivemos influencia nosso pensamento muito mais do que imaginamos: o saber é determinado pela época em que é produzido. Vamos ver como é isso.

Aristóteles entendia que conhecer é algo próprio, natural do ser humano. Mas afirma, em uma de suas obras (Ética a Nicômaco) que aqueles nossos conhecimentos que produzem coisas úteis são conhecimentos de menor importância para a humanidade. Aristóteles vivia em um tempo em que a filosofia era o conhecimento mais valorizado e não se preocupava com a utilidade, como nos preocupamos hoje, no nosso tempo científico.

Muitos séculos depois de Aristóteles, já na Idade Média, Santo Agostinho entendia que o conhecimento não vem do homem, mas do Criador. Segundo Andery et al. para Agostinho, “É por meio da iluminação divina que o homem, por um processo interior, chega à verdade; não é o espírito (a mente humana), portanto, que cria a verdade, cabendo-lhe apenas descobri-la e isso se dá via Deus” (2001, p. 149).

Ou seja, para Aristóteles, que vivia na Grécia, onde a filosofia era muito importante e que não conheceu o Deus dos cristãos (com a nossa noção teológica de hoje), o conhecimento era produzido pelo homem, mas não devia se preocupar com coisas úteis e sim com as essências.

Para Agostinho, um autor cristão que viveu em uma época que valorizava a religião, o conhecimento tinha origem em Deus e até deveria, prioritariamente, se preocupar com as coisas do Criador.

Cada um dos conhecimentos tem características bem específicas. Qual o melhor deles? Bem, depende de para quem você fará a pergunta. Se fizer a pergunta para um filósofo possivelmente receberá uma resposta de que o mais importante é o conhecimento via filosofia, um cientista achará que é o científico e assim por diante. Mas e o religioso, não seria superior a todos os outros? Responder a essa pergunta sem ser corporativista é tarefa árdua, mas a essência desse artigo reside na palavra conhecimento.

Como se conhece a Deus? Primeiro, se a pessoa não internalizar a noção de que há um ser superior a este plano de existência, e que (este plano)na maioria das vezes é injusto, nos sufoca, nos explora, e às vezes nos faz cometer atrocidades e sérios desvios de conduta em prol de um “aparelhamento social”, de “convenções humanas”, é difícil admitir, por si só, sua existência (de Deus), quanto o mais conhecê-lo.

Contudo, ao longo da história, muitos homens e mulheres se dispuseram a essa aventura metafísica e lograram êxito na caminhada, partindo de três importantes momentos que, acredito, podem ser usados em nossa contemporaneidade:

a) Admitir que nosso conhecimento é limitado, mesmo nos “corredores da ciência”. Como seres humanos, somos sujeitos a falhas, inclusive na nossa maneira de apreender as coisas, de ver o objeto de ângulos que não nos permitam perceber a verdade. É bom lembrar grandes “descobertas” científicas que, quando esquadrinhadas, não resistem ao tempo. O átomo era “indivisível” na década de 80. Hoje, já é divisível.

b) Admitir que uma mente humana, limitada pelo tempo e pelo ocaso natural da vida, não pode conceber, no tempo em que vivemos aqui, todas as respostas necessárias ao nosso desejo de saber. Como diz um teórico, “...começamos a morrer no dia em que nascemos”. Assim, a vida humana é uma jornada que sabemos ter início, apogeu (se resistirmos ao tempo) e fim (natural para todos nós). Por isso é natural que uma aparente verdade “científica” desse século não resista ao século seguinte, por conta do dinamismo do conhecimento.

c) Admitir que, onde eu não consigo ver nada, outros podem se destacar. Muitas das vezes não aceitamos determinado ponto de vista porque simplesmente ele não saiu de nós, não fomos a “fonte”. Assim, conceitos como o primeiro motor – motor imóvel (Aristóteles), as cinco vias (Aquino), o discurso do método (Descartes) e a famosa frase “Je pense, donc je suis (citada frequentemente em latim como "cogito ergo sum"): o ato de duvidar como indubitável, e as evidências de "pensar" e "existir" ligadas.

A existência de Deus, em Descartes, é provada porque, existindo a razão e o pensamento, é preciso haver um fiador dessa razão e desse pensamento, algo que lhe dê coerência. Pela razão, existe Deus. Trata-se da retomada do pensamento de Aristóteles, do "noesis noeseos" (pensamento do pensamento), ou o "motor imóvel". Além disso, Descartes demonstra que as idéias de perfeito, infinito e similares, são tão transcendentes a ele, ser imperfeito e finito, que é preciso haver algo de onde essa idéia venha, que não o próprio ser pensante:

"Ensuite de quoi, faisant réflexion sur ce que je doutois, et que par conséquent mon être n'étoit pas tout parfait, car je voyois clairement que c'étoit une plus grande perfection de connoître, que de douter, je m'avisai de chercher d'où j'avois appris à penser à quelque chose de plus parfait que je n'étois; et je connus évidemment que ce devoit être de quelque nature qui fût en effet plus parfaite. (…) C'est à dire, pour m'expliquer en un mot, qui fût Dieu." (Discurso, parte 4). Tradução: ("A seguir, fazendo a reflexão sobre o fato de que eu duvido, e que por conseguinte meu ser não era absolutamente perfeito, porque eu via claramente que era perfeição maior conhecer do que duvidar, eu percebi que dessa reflexão concluía a existência de algo mais perfeito que eu era; e eu claramente percebi que essa percepção vinha de uma natureza que era de fato mais perfeita [que a minha]. (…) Para ser dito em uma palavra, que era Deus.")

Concluindo esse artigo, acredito que qualquer ser humano que palmilhe atualmente essa terra tem imperfeições e méritos e gosto de pensar que valorizar os méritos é mais producente do que apontar os defeitos, porque se todos os temos, eles se excluem na idéia de que não há ser humano perfeito. Agora, nos méritos, observe que eles não são iguais e, quando organizados, todos nós ganhamos conhecimento.

Assim, quando a ciência admite que há uma "Design Inteligente" para um universo tão organizado como o nosso e ficamos num frenesi científico/metafísico, eis que surge a Física Quântica, que estuda as órbitas dos elementos em torno do átomo e teoriza que “tudo é possível”, admitindo a existência de Deus, na pessoa de Stephen Hawk, matemático e Físico inglês, depois de formular sua teoria da criação do universo, quando cita em sua última frase no texto:

“Nada seria possível se não existisse um criador”.

Batemos o martelo? Respeitando a ciência e todos os desdobramentos possíveis (a nós, seres humanos), eu não tenho a mínima dificuldade em internalizar esses conceitos e vivê-los em profusão, sem perder o link seguro com a ciência e suas ferramentas críticas.

E você, como estudante, pesquisador, cientista ou cristão, o que pensa a respeito?

Lago da Pedra, 19 de janeiro de 2011.

Prof Damasceno

sábado, 26 de março de 2011

TÓPICOS DE FILOSOFIA: O RACIONALISMO, A FÉ E A CIÊNCIA


Queridos, a paz do Senhor a todos!

Durante muito tempo ouvi que a filosofia era, numa expressão bem pejorativa, "o cão chupando manga", "cemitério da fé", "coisa de doido, sem nexo e noção das coisas", "preponderância do mundo sobre Deus", etc. Quando me converti ao evangelho (fev 1991), iniciei um curso de Bacharelado em teologia, pela inesquecível FAETEL, Faculdade de Educação Teológica LOGOS, na época dirigida pelo Pr. Alcindo Toledo, um particular amigo. Tive aulas com Olivir Bueno Apolidoro, um ex-militar muito prático, cômico e conhecedor da Bíblia numa dimensão bastate interessante.
Mas via de regra, ouvia e presenciava as pessoas "malhando" a filosofia. Já havia estudado filosofia num seminário católico de formação vocacional, e não havia detectado que ela era esse "bicho papão". Após concluir meu bacharelado, cursei filosofia.

Me avisaram que eu iria me desviar do evangelho, além de outros impropérios. Nada disso aconteceu e, pelo contrário, os fundamentos racionais da razão corroboraram muitos aspectos profundos da minha fé, graças a Deus. Tempos depois, pelo meu labor profissional, fui diretor de uma instituição de ensino superior e imaginem qual era o curso principal dela? Filosofia! E foi essa aproximação sincera com a filosofia que fizeram ter a idéia de difundir, no momento apropriado, alguns aspectos da filosofia que muitas pessoas, por desconhecerem-na totalmente, ignoraram e até atacam. Mas e os símbolos pagãos da filosofia? E o sincretismo religioso que ela favorece, pelas muitas idéias? Tudo a seu tempo...

Mas tem Colossenses 2.8, onde Paulo ataca a filosofia. Não! Engano! Paulo fala de "filosofias", que será assunto de outra postagem. Abaixo, o artigo, que já escrevi há um bom tempo:

O RACIONALISMO, A FÉ E A CIÊNCIA

Depois das primeiras tentativas gregas de compreender o mundo e suas determinações, a Europa, o grande berço de tais iniciativas, mergulhou em uma letargia criativa. Pouco se fez durante mais de um milênio em que o feudalismo, como modo de produção e o catolicismo, como fonte de todas as determinações da realidade imperaram.

O renascimento representou um momento de substituição de valores. Houve ali o afastamento de um mundo em que o seu próprio sentido era alheio ao homem e aos seus domínios. O pensamento europeu manteve-se pasmo diante do fato de que a negação dos valores cristãos medievais não significava necessariamente a chegada de uma nova alternativa para a busca do sentido perdido do mundo. Vivia-se em um limbo, um vazio intelectual, os valores medievais não eram mais válidos e nenhuma outra fonte de verdade surgira para ocupar o vácuo que ficara.

Uma alternativa seria a recuperação dos valores cristãos e, nesse ponto, o racionalismo, sobretudo nas propostas de René Descartes, significou uma tentativa de revitalização do pensamento da Igreja que perdia crédito. Algo parecido havia sido tentado quando a síntese patrística agostiniana mostrara falhas e a Igreja deu novo vigor à sua doutrina a partir das contribuições do Padre Angélico.

As contribuições cartesianas foram aceitas, mas da sua árvore do conhecimento a modernidade não aceitaria as raízes metafísicas. Uma nova época, precisava nascer e a proposta de fundamentação do racionalismo, suas raízes figuradas na árvore cartesiana, não foram suficientes para aplacar as críticas às injustificáveis posturas inatistas que ainda tinham o pé-de-apoio na teologia cristã medieval.
Um maranhense de Carolina, Hilton Japiassú, em um interessante livro (As paixões da ciência) dá a entender que as tentativas de justificar o relacionamento com Deus falharam desde Tomás de Aquino e que, séculos depois, Descartes nada mais fizera que cumprir uma tarefa que a “Santa Sé” lhe havia confiado de renovar a sua teologia cristã.

Do pai do racionalismo foi apagada da memória posterior quase toda a teologia. O que restou foi absorvido pelo eu transcendental de Immanuel Kant, autor de uma grande síntese e possivelmente o pai de grandes avanços da razão desde a sua Crítica da Razão Pura.

Mas antes de a modernidade abraçar Kant, foi preciso ouvir os clamores do empirismo. Esse é outro importante capítulo da complicada história da ciência, que embora vez por outra se encontre com suas próprias (e naturais) limitações, não entregou os pontos.

Dando números finais a estas limitadas linhas de exercício do pensamento filosófico, gostaria de enaltecer a razão como um dos alicerces para o conhecimento, embora as vezes seja moldada pelo ceticismo exacerbado daqueles que manipulam os instrumentos de percepção e apreensão do saber, mas reconheço que a fé possui espaço na discussão, entendendo que nem sempre o caminho da razão pode ser explicado por uma equação simplista que tem sua gênese em nosso cérebro e creio que ambas, razão e fé, podem caminhar juntas, cada uma dando suas contribuições relevantes no nosso cotidiano ato de fazer ciência.

Lago da Pedra, 18 de janeiro de 2011.

quinta-feira, 24 de março de 2011

RESPOSTA AO PR RICARDO GONDIM

Amados, a paz do Senhor a todos!
 
Ausente que estive da blogosfera por um bom período, não li ainda muitas das novidades (boas e más) de dois meses para cá. Ontem, encontrei aqui na blogosfera uma resposta ao Pr Ricardo Gondim por conta de postagem no twiitter enfocando a tragédia no Japão. Li e reli a postagem e, após contactar com o proprietário do site e solicitar sua autorização para republicar a postagem (pela importância do assunto e pela felicidade do blogueiro ao comentar o assunto), estou fazendo isso agora. 
 
Tô postando na cor vermelha o texto ipsis literis
 
O pastor e teólogo Ricardo Gondim, em seu twitter, verbalizou sua inquietação sobre a tragédia do terremoto e tsunami no Japão o que causou grande polêmica por seus comentários sobre “o controle de Deus”. Em virtude disso verbalizo esse artigo.

A saber, um dos grandes problemas das pessoas é tentar desvendar o inescrutável. O fato é que muito do que Deus faz em nosso mundo é e continuará sendo inescrutável para nossa mente finita. Nunca saberemos por que algumas coisas ruins acontecem neste universo. Alguns caminhos de Deus continuarão a ser um mistério para nós. Deus afirmou:

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”. (Is 55.8,9)

Em Romanos 11.33,34 o apóstolo Paulo registra: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?"

Uma das principais lições que tiramos do livro de Jó é que Deus nunca explicou a Jó por que Ele permitiu que coisas ruins acontecessem a ele, posto que, era homem sincero, reto, temente a Deus e desvia-se do mal (Jo 1.8). A principal lição que Jó e que nós aprendemos com Deus é que, independentemente do que aconteça — até mesmo se o sofrimento e a dor do ser humano não fizerem sentido para a pessoa —, devemos, em tudo, confiar em Deus (Jó 13.15). O patriarca aprendeu que os caminhos de Deus são inescrutáveis, mas também aprendeu a confiar totalmente em Deus, e Ele o abençoou por essa fé.

Jay Kesler registra: "Quando formos para o céu, o primeiro som que ouviremos na boca das pessoas será: 'Ahhhh... Agora eu sei! Agora eu entendo o porquê daquilo. Agora, aos meus olhos, tudo faz sentido, esse panorama de eventos que outrora fora tão misterioso'".

Chuck Swindoll, reflete: “Tudo, inclusive as tragédias e as calamidades e as angústias, a doença e a enfermidade, e o que denominamos de morte prematura, e as terríveis deformidades e defeitos de nascimento e doenças congênitas colaboram para o bem. Tudo será revelado e veremos que os planos de Deus estavam certos”.

No momento, da forma como se apresenta, não vemos toda a tapeçaria da vida. De nosso limitado ponto de vista, só podemos ver um fio da tapeçaria de cada vez. E não compreendemos como todos os distintos fios podem ser tecidos juntos. Assim como Jó nós precisamos aprender a confiar em Deus a despeito das coisas que não entendemos totalmente.

No entanto, à medida que não possamos "desvendar o inescrutável", temos de crer que Deus quer que estejamos totalmente atentos a todas as percepções que a Bíblia nos proporciona sobre essa questão. Podemos ver que a Bíblia não nos revela o suficiente sobre essa questão. Contudo, o que a Bíblia revela é significante e nos dá boas razões para confiar em Deus e em seus propósitos. Quanto mais entendermos o que as Escrituras revelam sobre esse assunto, mais nossa fé encontrará amparo para que possamos confiar em Deus, mesmo com tudo que não entendemos.

A cerca desse assunto muitos dizem que Deus não é totalmente bom, pelo fato de que coisas ruins acontecem, ou Deus é totalmente bom, mas não é o Todo-Poderoso para intervir nessas situações catastróficas ou Deus é totalmente bom e Todo-Poderoso e que o mal é apenas uma grande ilusão.

Caso Deus não afirmasse sua própria bondade, com certeza, seria mais fácil explicar a existência do mal. No entanto, Deus afirma ser bom. Se Deus tivesse poder limitado e fosse incapaz de opor-se ao mal, então seria mais fácil explicar a existência do mal. Entretanto, Deus afirma ser Todo-poderoso. Se o mal fosse apenas uma ilusão logo o problema, de fato, não existiria. Contudo, o mal não é uma ilusão, é dolorosamente real.

O amor não é apenas uma característica de Deus. Ele é a personificação do amor (1 Jo 4.8), O amor permeia seu Ser. E o amor de Deus não depende da amabilidade dos seres humanos. Deus nos ama apesar de termos caído em pecado (Jo 3.16). Deus ama o pecador, apesar de Ele odiar o pecado.

A soberania divina significa que Deus é o absoluto Regente do universo. Ele pode utilizar vários meios para alcançar seus fins, e Ele sempre está no controle. Não pode acontecer nada neste universo que esteja fora de seu desígnio. Todas as formas de existência estão no âmbito de seu absoluto domínio.

O Salmista refere-se a Deus como o Poderoso que "falou e chamou a terra desde o nascimento do sol até ao seu ocaso" (Sl 50.1). Verbaliza ainda que "Ele domina eternamente pelo seu poder" (Sl 66.7), ele assegura-nos que "o Senhor reina" e "se revestiu e cingiu de fortaleza" (Sl 93.1). Jó afirmou: "Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido" (Jo 42.2). O profeta Isaías disse por comparação, "as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança
por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima"( Is 40.15).

Na verdade: "Todas as nações são como nada perante ele" (Is 40.17). Deus afirmou: "O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" (Is 46.10). Deus nos assegura: "Como pensei, assim sucederá; e, como determinei, assim se efetuará" (Is 14.24). Deus é "o bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores" (1 Tm 6.15).

"O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" ( Pv 16.9). "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do Senhor permanecerá" (Pv 19.21) "Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor" (Pv 21.30). "Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto?” (Ec7.13). "Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?" (Lm 3.37)

Deus mostrou sua soberania sobre a natureza ao dividir as águas domar Vermelho para que os filhos de Israel pudessem atravessar do Egito para o deserto e, depois, ao fazer retornar as águas a fim de destruir os soldados egípcios que os perseguiam (Ex 14.27-31) Ele mostrou sua soberania ao mandar alimento para dar sustento ao povo enquanto atravessavam o deserto (Ex 16.4). Em outra ocasião, Ele mandou codornizes ao campo para que tivessem carne (Ex 16.13).

Deus dividiu as águas do rio Jordão para que as pessoas pudessem atravessar em direção a Canaã. (Js 3.1-17) Ele fez cair às muralhas de Jerico (Js 6.7). Na época de Josué, Ele fez com que o sol permanecesse em Gibeão para que Israel tivesse força para obter uma vitória total sobre seus inimigos em fuga. (Js 10.12) A soberania de Deus, na época de Jesus, foi vista quando alimentou de quatro a cinco mil pessoas com alguns pequenos pães e peixes (Mt 14.21), na cura de doentes e ressuscitando de mortos. Por fim, manifestou-se nos eventos ligados à crucificação e ressurreição de Cristo.

O que a soberania de Deus significa diante das "coisas ruins"? Podemos ter certeza de que todas essas coisas estão sujeitas a Deus e de que nada pode nos atingir, a menos que Deus, em sua sabedoria, assim permita. Quando Ele permite que isso aconteça, podemos ter certeza de que o faz para o nosso bem. Recomendo ao Ricardo Godim ou a qualquer pessoa que duvide de que Deus tenha habilidade para, de maneira soberana, entremear os eventos de nossa vida diária para nosso bem maior, a ler o livro de Ester.

Nesse livro, encontramos a soberania, a providência e inflexibilidade de Deus operando, nos bastidores, em favor de seu povo. Ele faz o mesmo para nós. Muitas vezes, ainda que não percebamos, Deus está operando.

A paz seja com todos,

Anderson Ribeiro
Fonte: 
http://dcandersonribeiro.blogspot.com/2011/03/resposta-ao-pr-ricardo-gondim.html

quarta-feira, 23 de março de 2011

AGENDA 2012

Prof. Raimundo DAMASCENO dos Santos
(Lago da Pedra - MA., BRASIL)
damasceno_santos@hotmail.com
(99) 8105-3000 (TIM) ou
(99) 9128-8887 (VIVO).
TWITTER: @prof_damasceno

COMO AGENDAR? Pode enviar e-mail para o endereço acima, ligar nos telefones celulares ou recados no twiiter. Esta agenda é uma organização da minha vida ministerial para o ano de 2012. Também estou integrando minha agenda pessoal à agenda da CEADEMA 2012, apenas para que os amados que me convidarem saibam que nas datas de alguns compromissos de nossa Convenção eu não poderei ser convidado, pois tenho que participar (Geralmente, as mini-convenções, a Escola Bíblica de Obreiros, e a AGO, sempre em dezembro, são datas que não posso atender a convites). Em 2012 também teremos uma agenda apertada em Missões, e como sou um dos assessores da SEMADEMA, a Secretaria de Missões da Convenção, também estou integrando minha agenda com a agenda de missões estadual da SEMADEMA, mais ainda o 8º Fórum de Missões do Nordeste (Aracajú - SE),além da 2ª Mobilização Estadual, no dia 8 de julho.

AGENDA ABERTA

terça-feira, 22 de março de 2011

TWITTER, OBAMA NO BRASIL E O ATAQUE (DE NOVO) À FAMÍLIA CRISTÃ E DEBUTE LITERÁRIO: NEWS

Queridos, a paz do Senhor a todos!

Depois de uma ausência longa (novamente), estou de volta. E o Brasil e a blogosfera estão recheados de grandes (e as vezes complicadas) novidades.

Pra iniciar, quero confessar que cedi. Cai. Não resisti. Me deixei levar.

Sim, fiz tudo isso. Pelo Twitter, claro!!!!

Arredio que sempre fui, procastinei bastante (pelo menos até onde pude) esse momento. Mas diante de apelos de muitos amigos twitteiros, que sempre me cobravam uma posição em relação a esta ferramenta para rápidos recados (até 140 caracteres por mensagem), não resisti. Meu endereço é: www.twitter.com/prof_damasceno e, neste primeiro momento (até mesmo pela novidade), penso que não vou produzir bastante (como o Pr Ciro Zibordi, por exemplo, um fenômeno que, além de meu particular amigo, também me inspirou a navegar por estas "terras" antes nunca navegadas). Mas com o andar da carruagem espero contribuir com todos os que me seguirão, postando fatos de relavância para o ambiente e para o crescimento da imensa comunidade que "anda" por este cyberspace eivado de inúmeras "novidades" que as vezes solapam nossa fé, confundem a visão cristocêntrica com antropocêntrica, e praticam descalabros em nome do homem, dizendo ser em nome de Deus.


 E o Presidente dos USA, United States of América (EUA para a maioria: Estados Unidos da América), Barack Obama, esteve no Brasil. Assisti (depois), partes (recortes editados) de seu discurso para uma platéia de 2 mil pessoas num auditório. Ele foi "norte-americano" (disse o que nós queríamos ouvir). Ganhou a simpatia do povão que estava ali, embora a maioria esmagadora fosse de pessoas pré-selecionadas, típicos "formadores de opinião" na mídia e em seus meios de atuação, para propagar e alardear o que ouviram. Típica estratégia política. Mas não censuro. Dificilmente, alguém no lugar dele (ou da presidente Dilma, seja lá de quem foi a idéia e a estratégia), faria diferente. De positivo (gosto sempre de buscar esse entendimento), ficou claro que ele considera o Brasil como um país importante no contexto das "Américas", respeita nossa autonomia (havíamos no dia anterior, na ONU, não aprovando a invasão da Líbia, como a maioria queria e aprovou), e que nos quer como um parceiro importante no jogo do toma-lá-dá-cá da política externa, principalmente da comercial, haja vista que a gigante China recentemente ultrapassou os Estados Unidos como parceira comercial do Brasil diante de uma série de indicativos comerciais. Vi com bons olhos (mas não vou dormir o sono dos anjos). Vamos ficar atentos, dar a nossa opinião sempre que necessária e acompanhar os desdobramentos da visita, que serão muitos doravante.



Mas um dos fatos que marcou (para mim) o início do ano legislativo no Congresso Nacional foi o discurso do deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), que ganhou notoriedade por ter ganho um reality show de uma emissora de TV que está atualmente na 11ª edição. Depois, já no rastro do sucesso emergente, ele atuou como repórter especial de um outro programa matinal, na mesma editora onde ganhara o reality show (não quero fazer propaganda, mas com certeza vocês sabem de quem estou "falando") e de lá cimentou, usando dos atributos midiáticos que ele domina muito bem, pois tem formação universitária relevante para tal, sua eleição ao cargo de deputado federal, levantando a bandeira dos grupos GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). Em seu discurso, ele focou em três importantes questões sociais relevantes:
a) abertura da contabilidade das igrejas e por em discussão a imunidade fiscal das igrejas;
b) PEC (projeto de emenda constitucional) do casamento gay;
c) legalização de todos os projetos pró-gays, incluindo o PL 122.

Para alcançar o sucesso, ele conta com apoios de "pesos pesados", como a senadora Marta Suplicy (PT-SP), histórica defensora dos grupos GLBTs, e a chancela de 154 parlamentares favoráveis aos seus projetos e iniciativas.

Por outro lado, o senador Magno Malta (PR-ES), o Pr. Ronaldo Fonseca (PR-DF), dentre outros, reagiram ante a proposta e expuseram sobejas razões que inviabilizam a aprovação dessas leis. Mas um detalhe me preocupa. Se 154 parlamentares apoiam os projetos encabeçados (e retomados) pelo deputado em questão, somente 85 se propuseram a apoiar a causa defendida pela frente parlamentar evangélica. Os outros devem ser conquistados. Resumindo, teremos problemas pela frente. O tempo confirmará isso. Portanto, é importante estar atento ao que está ocorrendo naqueles escuros e frios corredores do poder.


Gente, finalmente, depois de muito protelar o inevitável, está chegando a hora. Estou envolvido atualmente com 03 projetos literários. Dois pessoais, enfocando assuntos bíblicos/teológicos e um outro de cunho histórico, envolvendo os 60 anos da Igreja em Lago da Pedra que serão comemorados durante a 73ª AGO da CEADEMA (Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Maranhão), que será hospedada pela AD em Lago da Pedra em dezembro de 2012, já no Mega Templo que está em plena construção. Então, nessa convenção, quero, se Deus permitir, lançar meus dois primeiros livros (não publiquei minha tese de doutorado, mas vai agora também, no embalo), além de co-autoria no livro da história da AD em Lago da Pedra, que estaremos lançando durante a a convenção.

Escrevo muito, é verdade. Blogs, artigos, capacitações que ministro, etc. Mas nunca tive o aporte para publicar essa minha produção literária. Agora, dentro desse contexto atual, entendo que posso contribuir e, dada as devidas proporções, vou abraçar o desafio de, após debutar em dezembro de 2012, lançar um livro por ano. E tenho certeza que o Senhor, para quem será toda a Glória, vai nos ajudar e abençoar nesse intento.

Concluindo, quero dizer a todos que doravante, as postagens serão diárias. Me aguardem!!

Nos laços do Calvário,
Prof Damasceno