segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O DIA DAS BRUXAS: A HISTÓRIA, A CIDADE, A MENSAGEM


A História:

A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão").

A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:

Origem Pagã

A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo "dar culto aos mortos" (o destaque é meu). A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo (dos Druidas), já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e "guiar" (sic) os seus familiares rumo ao outro mundo.

Origem Católica

Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão), um claro "símbolo da orientação idolátrica até hoje esposa pela IC (Igreja Católica), num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III († 741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween".

Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening → Hallowe'en → Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.

Outra hipótese é que a Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa pagã do Samhain, instituindo restrições na véspera do Dia de Todos os Santos. Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.

A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.

Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica.

O MOMENTO ATUAL

Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos, ambas da Igreja Católica.

Entre os elementos acrescidos, temos por exemplo o costume dos "disfarces", muito possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa foi flagelada pela Peste Negra e a peste bubônica dizimou perto da metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte. Multiplicaram se as Missas na festa dos Fiéis Defuntos e nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade, algumas dessas representações eram conhecidas como danças da morte ou danças macabras.

Alguns fiéis, dotados de um espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc. (afinal, a morte não respeita ninguém). Também eram feitas representações cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar. Possivelmente, a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), teve origem na Inglaterra, no período de intensa e violenta guerra "santa" entre católicos e protestantes (1500-1700), fato que ainda hoje se observa na Irlanda e em outras micros regiões da Inglaterra.

Mais tarde, essa prática, trazida pelos primeiros colonos, foi transferida para o dia 31 de outubro, unindo a com a festa do Halloween, que havia sido introduzida no país pelos imigrantes irlandeses. Vemos, portanto, que a atual festa do Halloween é produto da mescla de muitas tradições, trazidas pelos colonos no século XVIII para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua cultura. Muitas delas já foram esquecidas na Europa.

A CIDADE DAS BRUXAS, SALÉM

Há três séculos, o vilarejo (hoje cidade) de Salém, Massachusetts, na colônia americana da Nova Inglaterra (EUA), foi tomado de assalto por uma onda de intolerância e de fanatismo religioso, vitimando quase vinte pessoas. Esse infeliz incidente, e a caça às feiticeiras que então se desencadeou, serviu como um alerta para que os princípios de liberdade religiosa fossem assegurados na história dos Estados Unidos.

Mister Parris, o pobre reverendo de Salem, estava exasperado. Betty, a sua única filha de apenas nove anos, acometida por uma série de estranhos espasmos, jogou-se petrificada sobre o leito, negando-se a comer. Naquela perdida cidadezinha, ao norte de Boston, não existiam muitos recursos além de um velho médico que por lá se perdera. Chamado para diagnosticar a doença, atestou para o aterrado pai que a menina estava era enfeitiçada e que nada lhes restava a fazer além de uma boa e sincera reza. A conclusão do doutor correu de boca em boca e em pouco tempo os pacatos habitantes do pequeno porto tomaram conhecimento de que Satanás resolvera coabitar com eles.

Simultaneamente outras garotas, as amiguinhas de Betty, começaram a apresentar sintomas semelhantes aos da filha do clérigo. Rolavam pelo chão, imprecavam, salivavam, grunhiam e latiam. Foi um pandemônio. Pressionado a tomar medidas, Parris resolveu chamar um exorcista, um caçador de feiticeiras, que prontamente começou sua investigação.

No século XVII, poucos punham em dúvida a existência de bruxas ou de feiticeiras porque uma das máximas daqueles tempos é de que "é uma política do Diabo persuadir-nos que não há nenhum Diabo".

Inquiridas por Cotton Mather, que iria se revelar uma espécie de Torquermada americano, as garotas contaram que o que havia desencadeado aquela desordem toda fora uns rituais de vodu que elas viram Tituba fazer. Essa era uma escrava negra que viera das Índias Ocidentais, e que iniciara algumas delas no conhecimento da magia negra (dizem). Durante o último longo inverno da Nova Inglaterra, ela apresentara várias vezes os feitiços para uma platéia de garotas impressionáveis. Educadas no estreito moralismo calvinista e no ódio ao sexo que o puritanismo devota, aquele cerimonial animista deve ter despertado as fantasias eróticas nelas. Provavelmente culpadas por terem cedido à libido ou apavoradas por sonhos (na verdade, pesadelos) eróticos, as garotas entraram em choque histérico. Seja como for o caso, merecia ser ouvido num tribunal. Toda a Salem se fez então presente no salão comunitário.

O tribunal

Quando colocadas num tribunal especial, presidido pelo juiz S. Sewall, e inquiridas pelos juízes Corwin e Hathorne, as meninas começaram a apontar indistintamente para várias pessoas que estavam na sala apenas como curiosas. O depoimento mais sensacional foi o da escrava Tituba, que não só confessou suas estranhas práticas como afirmou que várias outras pessoas da comunidade também o faziam.

A partir daquele momento, a cidadezinha que já estava sob forte tensão se transformou. Um comportamento obsessivo tomou conta dos moradores. Uma onda de acusações devastou o lugarejo. Vizinhos se denunciavam, maridos suspeitavam das suas mulheres e vice-versa, amigos de longa data viravam inimigos. Praticamente ninguém escapou de passar por suspeito, de ser um possível agente do demônio. Não demorou para que mais de 300 pessoas fossem acusadas de práticas infames. O tribunal que entrou em função em junho de 1692 somente parou em outubro. Resultou que dezenove pessoas foram enforcadas. As principais testemunhas de acusação — que se diziam sob influência de bruxaria — foram Ann Putnam, Jr., Elizabeth "Betty" Parris, Maria Walcott e Abigail Williams.

Dai em diante, o imaginário popular se encarregou de propagar as "ditas práticas macabras" das "bruxas de salém". Segundo o censo de 2000, a cidade tinha uma população total de 40 407 habitantes. Juntamente com Lawrence, forma a sede do Condado de Essex. O nome da cidade está relacionado à palavra árabe Salam, que significa 'paz'.


OS SÍMBOLOS E A MENSAGEM DO DIA DAS BRUXAS

O Halloween possui diversos símbolos, como por exemplo, a abóbora cortada em forma de rosto, o bordão “gostosura ou travessura”, a vassoura da bruxa, entre outros.
Fiz uma lista destes símbolos e seus significados para você se inteirar dos principais.

"Gostosura ou Travessura": No inglês, Trick or Treat, elementos que compõe o tradicional Dia das Bruxas. Muito pouco comum por aqui, porém a cada dia ganha mais força, é como se fosse o São Cosme e Damião dos Ingleses e Americanos. Crianças fantasiadas de bruxas, fantasmas, monstros, vampiros, etc, vão as casas falando o bordão, e ai de quem não der doces para criançada.

"Jack-o-lantern": A tradicionalíssima abóbora que é esculpida dando o formato de um rosto com olhos, boca e nariz, normalmente com a intenção de ficar apavorante, mas poucos conseguem este efeito. Também é encontrada nos mais variados formatos, dependendo da criatividade do artista. Fazendo parte do folclore irlandês, diz a lenda que um homem que fazia brincadeiras satânicas e era muito trapaceiro, cujo nome era Jack, enganou o Diabo e o prendeu em uma árvore. O Jack só soltou o Diabo depois de um acordo em que o Demônio jurou nunca incomodar o Jack (como se Satanás honrasse compromisso). Com o tempo, Jack morreu, porém não foi aceito no céu, pois tinha acordo com o Diabo, e também não conseguiu entrar no inferno, pois o Demônio tinha medo de ser enganado novamente. Então para iluminar o seu caminho na escuridão (porque não tinha Jesus, a "luz da Vida"), Jack ganhou uma vela, e para fazê-la durar para sempre, a colocou acesa dentro de um nabo com furos para dar passagem a claridade. Chegando aos Estados Unidos os imigrantes substituiriam os nabos pelas abóboras. Desta maneira a abóbora é hoje o maior símbolo do Dia das Bruxas. Jack-o-lantern é também usado em forma de agradecimento pela boa colheita.

"Vela": Muito usada no Dia das Bruxas nas cores roxa, preta e laranja, indicam os caminhos para os "espíritos" de outro plano astral.

"Vassoura": Capaz de limpar os ambientes das energias negativas, é o símbolo do poder feminino. Uma vassoura de Halloween não pode ser tocada, muito menos usada para varrer o chão, ela só é usada para varrer as más energias.

"Máscaras": Simbolizam os espíritos, os enviados de outros planos espirituais.

"Chapéus pontudos": Símbolo de hierarquia sacerdotal entre as bruxas.

"Monstros": “Simbolizam as transformações. É uma forma de colocar para fora tudo aquilo que não serve mais, de tirar de dentro de si tudo aquilo que está velho. E então abrir lugar para o novo” (boa propaganda, não??).

"Coroa e bastão": Também muito usadas por reis, é o símbolo maior de realeza, indicam a autoridade e comando, um nível cósmico elevado (discurso da New Age).

"Varinha Mágica": Instrumento usado para direcionar as energias; com a varinha, os bruxos e bruxas invocam deuses, fazem magias e penetram em outros planos astrais.

"Caldeirão": “É dentro dele que as coisas se transformam: o grão torna-se alimento, a raiz vira remédio, o desejo acontece, e o sonho vira realidade”. “Representa a essência da fertilidade”.

Sem nenhum segredo, a mensagem é diabólica, induz ao ocultismo e tenta tornar "comum, natural", ao que Deus condenou.

Prof Damasceno