Queridos leitores, bom dia na Paz do Senhor! Hoje, quero postar um recente estudo que iniciei na cidade de Lago da Pedra - Ma., para uma média de 149 obreiros que se fizeram presentes no dia 08 de março deste ano em curso. Quero louvar a atitude da liderança da igreja pela coragem de abrir espaço para que um assunto dessa envergadura seja tratado de forma aberta numa reunião ministerial onde mais de 95% dos obreiros se faziam presentes. Esse fato demonstra que o assunto, naquela igreja, não é apenas "teoria", mas prática constante entre seus membros, fato que facilmente se verifica pela envergadura da Igreja de Lago da Pedra no contexto de Obra de Deus no Estado do Maranhão e do Brasil.
"A paz do Senhor a todos!
Nobres companheiros da causa do mestre, quero agradecer a Deus por esta rica e relevante oportunidade que Deus nos concede para nos reunirmos para tratar de assuntos inerentes à Obra de Deus e às necessidades que ela demanda aqui em Lago da Pedra, diante do fato de que, a exemplo de Neemias, a igreja aqui está “...fazendo uma grande obra, e não pode parar” (Ne 6.3).
Apenas fazendo uma breve referência ao texto acima, observem que a tarefa de Neemias ainda não estava concluída em Jerusalém. Segundo historiadores comprometidos com a lisura da história sagrada, haviam se passado catorze anos depois de Esdras chegar a Jerusalém e Neemias levou para ali um grupo de companheiros com a missão de restaurar os muros da cidade e a autoridade civil.
Lembremo-nos que, antes da volta a Jerusalém, o povo estava em cativeiro, que iniciou-se oficialmente no ano 605 a.C. (Jr 25.1-12) quando Nabucodonosor, então rei da Babilônia, trouxe a primeira leva de prisioneiros para seu reino, entre os quais estava Daniel. Em 538 a.C., Ciro, então rei da Pérsia, potência bélica que dominava o mundo de então, promulga um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo assim as profecias de Isaias e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14) e a intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalém havia deitado os alicerces do novo templo entre 536 e 535 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10), fechando o “cativeiro babilônico de 70 anos”, que durou exatamente de 605 a 535 a.C.. No entanto, os samaritanos (originários da fusão e casamentos ilícitos diante de Deus entre os israelitas e os assírios que repovoaram o Reino do Norte) e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando os trabalhadores de tal maneira que a obra acabou interrompida em 534 a.C.. A letargia espiritual generalizada induziu o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas (Ag 1.4, 9). Em 520 a.C., Ageu, acompanhado por um profeta jovem de nome Zacarias, conclama Zorobabel e o povo a retornar a construção da casa de Deus. Quatro anos mais tarde, o templo foi completado e dedicado ao Senhor (Ed 4-6). Nesta época em que a Pérsia controlava de maneira democrática o reino judaico, Zorobabel era o governador e Josué o sumo sacerdote.
No entanto, essa situação de calmaria durou pouco, pois após o reavivamento liderado por Esdras e Neemias, os judeus repatriados passavam novamente por adversidades profundas que, se forem devidamente estudadas, vão nos revelar algo que todos os líderes de grandes feitos e empreendimentos na Obra de Deus devem saber: Satanás sempre vai usar de todos os meios para impedir que os servos de Deus avancem com esses projetos, pois ele sabe que tais projetos têm, intrinsecamente, o propósito de louvar e exaltar o nome do Senhor Jesus Cristo de Nazaré, nosso Salvador, como é o caso da grande obra que está sendo realizada aqui.
Louvo a Deus por este santo ministério e pelas vidas dos pastores Raimundo Francisco, presidente da igreja, Francisco de Assis, co-pastor, Magno Serra, Djane Damasceno, João Torres e o Evangelista Daniel Brasil, bem como aos recém-chegados Evangelistas Josumar e Ednaldo, recepcionados na Mini-Convenção de Barra do Corda, MA., oriundos do SETA-PA.
1 – DÍZIMO: POR QUE ESTE TÓPICO É MOTIVO DE DISCUSSÃO?
É normal que, todos nós, crentes sinceros, hoje, sejamos tendentes a nos agarrar com algumas verdades bíblicas e a defendê-las com “unhas e dentes” e, às vezes, não aceitemos discutir ou conversar com alguém que pensa ao contrário ou que tem, pela vivência prática ou pela bagagem teórica, alguma dúvida, gerada, muitas das vezes, por literaturas viciadas, provenientes de seitas ou credos religiosos discordantes de nossa prática cristã. Nessa área, o item mais atacado é o dízimo, seja pela Congregação Cristã no Brasil (a igreja do véu), que não é dizimista, seja pela Igreja Presbiteriana, que ensina que o dízimo não tem base no Novo Testamento e ensina que se deve contribuir com o que a gente propuser no coração, seja pela Igreja Católica, que é subsidiada pelas inúmeras ONG`s e pastorais de seu imenso organograma de paróquias espalhadas pelo Brasil, bem como pelo Estado do Vaticano, sede do poder papal e que tem, no Brasil, um especial interesse, pela posição do nosso país como o país mais católico do mundo, mesmo com a perda de 12 milhões de fiéis nos últimos 20 anos.
Por conta disso, louvo a Deus pela igreja de Lago da Pedra, que possui um Conselho de Apologética e Doutrina composto de homens de Deus, com conhecimento profundo das verdades exaradas pela Palavra de Deus, que tem sido um ponto de equilíbrio sempre que sua interferência seja necessária, sempre com o aval da diretoria da igreja e desse santo ministério.
No entanto, essa situação louvável, não impede que, aqui e acolá, surjam “ventos de doutrina”, geralmente oriundos de pessoas que se consideram sábias, letradas, inteligentes e que, por último, ou possuem uma boa renda (e fazem isso para não ter que dizimar um valor “alto”), ou não estão tendo renda nenhuma ou mínima (geralmente pela infidelidade, que já deve vir de longo tempo, e que buscam uma maneira de anular sua “infidelidade” pela negação da doutrina do dízimo).
O que todos devem saber, difundir e esclarecer é que o dízimo não é mera obrigatoriedade, mas um ato oriundo da fé nas promessas de Deus e uma das formas de você mostrar sua gratidão pelas bênçãos decorrentes da salvação. É louvar a Deus, devolvendo-lhe a décima parte de tudo que ele lhe proporciona adquirir mensalmente para sustentar seu nível de vida (Sl 24.1). É investir nos negócios de Deus aqui na Terra.
Por conta de tudo isso, é importante que, a cada dia, tenhamos segurança em um assunto tão importante e, procurando contribuir com esta necessidade é que estou aqui, a convite do Pr. Raimundo Francisco e do Pr. Magno Serra, respectivamente presidentes da Igreja e do Conselho de Apologética e Doutrina.
1.1 – ANTIGO TESTAMENTO: COMO TUDO COMEÇOU
A palavra dízimo vem do hebraico ma’aser, significando literalmente “décima parte”, mas no contexto de comunidade judaica, tinha o sentido de “ofertar algo a Deus”, “sacrificar algo importante para mim a Deus”.
Segundo a Palavra de Deus, a origem do dízimo perde-se no tempo, sendo anterior a Moisés, a Jacó e a Abraão. Mas, se observamos com calma, podemos encontrar, por inferência, o “sentimento de dizimar”, de “ofertar”, na vida de Adão, nosso pai, o homem na pessoa de quem Deus estabeleceu toda a raça humana. E de quem você julga que Adão recebeu esse sentimento?
Observemos Caim e Abel, Gn 4.1-4. Abel tornou-se um pastor de ovelhas e Caim, um agricultor ou como muitos gostam de chamar, lavrador, homem do campo, etc. Chegou um momento em suas vidas que eles trouxeram uma oferta ao Senhor. A Bíblia declara que Caim trouxe sua oferta do fruto da terra (Gn 4.3) e Abel trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua
gordura.
Por que Deus recebeu a oferta de Abel e não a de Caim? O próprio texto responde, ao deixar claro que Abel trouxe dos primogênitos de seu rebanho e da gordura, o que nos sugere o entendimento de que ele trouxe do melhor que possuía, o que aponta para fé genuína e consagração (Hb 11.4; 1 Jo 3.12; Jo 4.23,24). Também fica implícito que a fidelidade era uma constante prática, pois o Senhor “...recebeu”. De quem Abel aprendeu sobre a importância de dar o melhor para Deus? De Adão, claro, que foi quem ensinou os filhos a trabalhar (Gn 3.17-19).
Quanto a Caim, sua oferta foi rejeitada porque ele estava destituído de fé sincera e obediência, fato que o levou a não trazer o melhor da terra ao Senhor. E mais, suas obras eram más (Gn 4.6,7; 1 Jo 3.12). Deus tem prazer em nossas ofertas e ações de graça tão somente quando nos esforçamos para viver uma vida reta, de conformidade com a sua vontade.
1.2 – QUAL DEVE SER O PRINCIPAL MOTIVO DE DIZIMARMOS?
O principal ingrediente para nossas contribuições ao Senhor com nossos dízimos e ofertas não é a obediência simplesmente religiosa ou fanática à Malaquias 3.10, conforme alguns desavisados e rebeldes contra a Bíblia pensam e difundem. Lembremo-nos de que as nossas convicções precisam de elementos racionais, conforme Romanos 12.1,2, Colossenses 2.8 e 1 Pedro 3.15-17. Ou seja, muitos hoje não querem mais aceitar apenas a base bíblica de Ml 3.10 como fundamento para o dízimo; eles precisam de uma exposição racional, inteligente, mas que também seja bíblica sobre esse importante aspecto doutrinário da Igreja do Senhor. E qual ou quais são os fundamentos? Sem medo de errar, afirmamos, são dois: a fé e o reconhecimento da Bíblia como Palavra de Deus (Hb 11.6; 2 Pe 1.19-21). Sim, entremos, portanto, a estes tópicos, para que possamos entendê-los com maior propriedade.
A palavra do Senhor assevera que no âmago do dízimo, está a idéia implícita de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Todos nós fomos criados por Ele e a Ele devemos o fôlego da vida (Gn 1.26,27; At 17.28). Sendo assim, ninguém possui nada que não haja recebido originalmente do Senhor (Jó 1.21; Jo 3.27; 1 Co 4.7). Deus nos concede apenas o poder de administrar, gerenciar, mas sabendo nós que um dia haveremos de prestar contas de nossa mordomia ao Justo juiz. Desse modo, a vida que agora vivemos deve ser vivida plenamente para agradar a Deus, pois é uma dádiva divina limitada a um certo tempo, para cumprir o nosso propósito aqui na terra. Quando nosso ministério se cumpre, haja o que houver, estejamos em casa, no trabalho ou em viagem, ele nos chama para a glória, onde um dia haveremos de prestar contas. Nesse processo, o corpo volta ao pó (Gn 3.19; Ec 12.7ª) e o espírito volta a Deus, que o Deu (Ec 12.7b). Paulo escreveu sobre isso em Gálatas 2.20, 2 Coríntios 5.15 e em Romanos 14.7,8. E podemos confirmar a extensão da fé nesse ato em Romanos 14.23b.
Só para não deixar dúvidas, o trabalho que você tem, foi Deus que o deu a você, assim como seu ministério, seus bens imóveis e móveis, a saúde para você trabalhar e adquirir estes bens e, principalmente, a riqueza, levando em conta o aspecto de estarmos falando para pessoas salvas na bendita pessoa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Vamos dar um exemplo prático.
Se nós perguntássemos agora: “Quem tem fé aqui?”, todos responderiam que sim...
Se inquirisse: “Vocês creem que se morressem hoje herdariam o Paraíso?”. Outro sim!
Mas se eu perguntasse, “Você quer morrer agora?”, com certeza a resposta seria NÃO!
Moral dupla: a vida é bem supremo, ninguém quer perdê-la, queremos sempre protelá-la, haja o que houver. É um sentimento intrínseco ao ser humano, natural. Depois, querer ir para o céu é um sentimento humano, mas manifestado por nosso espírito, que veio de Deus (Gn 2.7; Ec 12.7). Levar para o céu, no entanto, é prerrogativa divina, mediante certas condições previamente estabelecidas em sua Palavra, e entre elas, a fé (Hb 11.6).
O outro aspecto é o reconhecimento da Bíblia como Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21). Hoje é consenso entre toda a crítica bíblica responsável, que o texto bíblico em nosso poder é a genuína, inerrante e infalível Palavra de Deus e que Deus, como Espírito Santo, escolheu homens em quem identificou qualidades apropriadas para cada contexto no transcurso da história, e os inspirou na grafia da mensagem que queria nos enviar. Para tanto, Deus não exigiu que ninguém tivesse doutorado em línguas orientais ou que fosse a melhor pessoa do mundo. Não. Deus os usou como instrumentos, preservando suas características pessoais, sua linguagem, suas experiências, sua vivência prática na vida, no trabalho, no ministério, etc. Por isso a gente vê pescador, exator, estadista, pastores de ovelhas, administrador, boiadeiro, juiz, sacerdote, reis, soldado, profetas, médico e lingüista como autores bíblicos, mas todos com uma simetria incrível, mesmo escrevendo em épocas diferentes, lugares e condições adversas. Tudo isso para provar que a unidade da Bíblia não é humana, é divina. Logo, não há fundamento para aqueles que querem invalidar o dízimo usando de subterfúgios contra a veracidade da mensagem bíblica.
Mas o ponto importante nesse tópico é de que a Bíblia nos tempos de Cristo Jesus, para não deixar dúvidas, era o Antigo Testamento, pois o Novo Testamento estava em plena construção e só veio a ser totalmente aceito como o é hoje entre os séculos XIII a XV. É o que a gente entende do episódio em que o ministro das finanças ou da fazenda etíope, servo de Candace, é abordado pelo evangelista Filipe (At 8.27-35). Isso combate a idéia perniciosa que muitos infiéis possuem de atribuir ao dízimo a condição de “lei que só tinha validade no AT”. Ora, não havia a idéia de NT no contexto em que os escritores bíblicos escreviam o texto, mesmo no atual Novo Testamento.
Onde queremos chegar ao desenvolver esse raciocínio? Que a doutrina do dízimo é bíblica, não era apenas para o contexto da Antiga Aliança (que aqui representa o pacote legalista da Lei mosaica e seus 613 preceitos e ordenanças), pois esse conceito é humano, é criação nossa, de nossa mente. Para Deus, o que há é a sua Palavra, a quem Ele permanece fiel sob quaisquer circunstâncias (Jr 1.12; Mc 13.31).