quarta-feira, 20 de maio de 2009

Lógica Sexual: Dois pesos e duas medidas??


A paz do Senhor a todos!!
Por hoje, é o último post. E mais uma vez, o assunto é "aquele", o bicho papão, o terror dos cristãos santos, etc... sim, é o sexo...

Por quê??

Mais uma vez, tô re-publicando um post do http://www.pulpitocristao.com/, que por sua vez buscou a postagem num outro site. Pela importância da postagem, ei-la abaixo:

"Eu não ia mais falar de sexo. Não mesmo! Tinha prometido a mim mesmo que essa semana não ia insistir nessa pauta, e ia voltar às críticas eclesiásticas de sempre, mas no justo momento em que prometi que não ia falar "naquilo", achei esse comentário no blog do Thiago Mendanha, e não resisti: Vou ter que me trair. Vou me decepcionar comigo mesmo, pois não posso deixar de re-publicar isso!

Existe uma certa "lógica" cristã-evangélica que tenho muita dificuldade em entender, ela é mais ou menos assim:

1- Se você pecar sexualmente, mas não for cristão: "venha! nossas igrejas são pra você."

2- Se você pecar sexualmente, mas for cristão: "saia! nossas igrejas não são pra você."

3- Se você for cristão e pecar em qualquer área, exceto a sexual: "fique! pois os irmãos te perdoam."

4- Se você for cristão e não pecar em nenhuma área, exceto a sexual: "saia! pois nem Deus
te perdoa." Pra um mundo caído e cansado, cheio de pecado e pecadores, porque essa fascinação com a área sexual apenas? Igrejas assim acabam virando "museus de santidade".

É, caro Leonardo, caro Tiago... infelizmente, essa é uma realidade com a qual convivemos no momento e não tenho certeza de que algo será feito para discutir o tema, não na proporção que julgamos correta, para não cometermos nenhum tipo de injustiça.
Prof. Damasceno!
Nos laços do Calvário!!

PECADOS SEXUAIS: COMO A IGREJA DEVE ENCARÁ-LOS??



Pessoal, a paz do Senhor a todos!

Tô reproduzindo abaixo um post que encontrei no http://www.pulpitocristao.com/, um blog "para quem não é marionete", da lavra de um blogueiro do qual sou admirador, Leonardo G. Silva.

Estou trazendo o assunto à tona exatamente porque o assunto é polêmico e também porque conhecemos situações que requerem, principalmente da liderança das igrejas, posicionamentos firmes, mas bíblicos, amorosos, misericordiosos...

Só para exemplificar, nós pregamos o evangelho para o pecador. Fazemos uma propaganda institucional bem feita, falamos do amor cristão, fraternal, do convívio da igreja, do primeiro amor, do perdão, da reconciliação... a pessoa crer na nossa propagando institucional e vem para a Igreja, crendo em Jesus como seu salvador, crendo na igreja como uma agência de salvação, justa e ética.

De repente a pessoa cai, fato não comum, mas natural, haja vista só cai quem está de pé. Ai a pessoa não presta mais, é disciplinada e tem que pagar um preço. É verdade... só que, conforme veremos na postagem a seguir, nem sempre a justiça impera numa grande parte de casos.

"Conforme está subentendido no título, a problemática abordada aqui não será o pecado em si, mas o modo como a igreja trata o pecador.

Nós protestantes, em teoria, repudiamos a idéia católica de pecado venial e mortal. Porém, o que é admitido na teoria é negado na prática através do exercício daquilo que convencionamos chamar de disciplina eclesiástica. Podem relutar o quanto quiserem, podem me chamar de perturbador da ordem, mas o fato é que eu não consigo ser hipócrita e nem fechar os olhos para essa verdade.

Mas a disciplina eclesiástica (um eufemismo para excomunhão) é bíblica, alguém certamente dirá. A estes, responderei que não estou interessado em debater a “biblicidade” da prática. Quero antes, apelar para o nosso senso comum e propor algumas questões. Ora, se ela é bíblica, e uma vez que o pecador precisa ser “disciplinado”, porque é que não disciplinamos todos os mentirosos, os invejosos, os soberbos, os avarentos e herejes em nossas igrejas? Porque é que suportamos pacientemente estes pecados, e condenamos a exclusão apenas os pecados sexuais? Acaso isso não é usar de dois pesos e duas medidas? Será que isso não significa ressucitar uma doutrina católica refutada e abandonada na época da reforma e enxertá-la no nosso meio? Somos evangélicos de alma católica, essa é a verdade.

Os fariseus de plantão que me apedrejem se quiserem, mas definitivamente não concordo com essa praxe absurda das igrejas evangélicas. É injusto que um casal de namorados, que confessa seu pecado com lágrima nos olhos diante do pastor, declarando-se arrependidos, sejam punidos com três meses de “disciplina”, durante a qual não podem exercer atividades na igreja, nem participar da Ceia do Senhor; enquanto os herejes televisivos, que dão veneno para as ovelhas comerem, homens rebeldes e soberbos que não têm o menor interesse em se arrepender, são tolerados nas igrejas locais e nas convenções. Que cristianismo é esse, que oprime o arrependido e faz vista grossa para o impenitente? Que igreja é essa que pune o quebrantado e tolera o rebelde incontrito? Definitivamente, algo está errado em nosso meio.

Pecados sexuais, numa escala de 0 a 10, recebem pontuação 11 nas igrejas! O caso é tão extremo que admite-se reintegrar ao ministério pastoral a um ex-ladrão, ex-caloteiro, ex-corrupto, enfim, ex-TUDO, menos um ex-adúltero, ou um ex-fornicário! Não estou defendendo direito de púlpito para A ou para B; só estou tentando te convencer de que há certos costumes que precisam ser mudados. Somos bons para exercer justiça (a nossa, obvio!), mas péssimos em misericórdia. Ah, mas o obreiro deve ser irrepreensível, você me dirá. Mas sejamos sinceros, ao menos dessa vez: Quem entre nós, membros, líderes, pastores, é irrepreensível no sentido absoluto da palavra? Ora, se apelarmos para a literalidade nesse versículo, então nem eu, nem você, nem Tomé e nem Pedro o eram! Não devemos entender essa irrepreensibilidade como uma obra acabada, e sim como uma busca constante e sincera. Do contrário, a Bíblia não fará nenhum sentido!

Como a igreja deve lidar com os pecados sexuais? A resposta é simples: Da mesma forma como Jesus os tratou. Como atuou o Mestre quando lhe trouxeram aquela mulher apanhada em adultério? Ele não deu nenhuma ordem de linchamento, antes nivelou a situação ao perguntar se havia alguém, entre aquela enfurecida turba, que jamais houvesse pecado. Ao fazê-lo, Jesus mostrou àquela multidão envaidecida e cheia de auto-justiça, que o pecado daquela mulher não era maior que os pecados deles. Logo depois disso, Jesus perdoou aquela mulher, brindando-lhe aceitação e amor, e em lugar da costumeira repreensão, deu-lhe um sábio e concludente conselho: vá e não peques mais.

Amado pastor: Devemos aprender com o pastor Jesus. Quando estivermos no gabinete pastoral aconselhando um caso de pecado sexual, e não soubermos como lidar com o tema, façamo-nos a seguinte pergunta: “o que faria Jesus no meu lugar?”. Será que ele disciplinaria o casal arrependido, condenando-os à pena de 3 a 6 meses de reclusão, ou será que ele, após confirmar o arrependimento de ambos, diria: “nem eu te condeno: vá e não peques mais”? Pecado sempre será pecado, e deve ser tratado como tal. Mas lembremo-nos de que, assim como há pecado, também existe perdão.Soli Deo Gloria!"
Leonardo G. Silva, Th. M.

Pois é, gente, ai está a postagem. Agora, vamos à algumas considerações que considero pertinentes em relação ao tema:
1 - A postagem acima não significa dizer que temos que começar a "passar a mão" em quem comete pecados. É exatamente o inverso. Pecados devem ser punidos, de conformidade com a extensão do prejuízo, conforme a Bíblia assevera. Agora, pense comigo: será que realmente, estamos cumprindo o que Jesus nos legou como herança cristã, através de seu próprio exemplo, ao tratar uma batelada imensa de tipos de "pecados"??
2 - Será que, em nossa prática cristã, sobretudo na hora de dar o veredicto, temos em mente as palavras do mestre: "porque com a medida com que medirdes os outros sereis julgados também", conforme tornou públicas no evangelho de Mateus?



É tempo de re(pensar) nossa prática cristã...

Prof. Damasceno
Nos laços do Calvário!!

FÉ E RAZÃO: SERÁ QUE PARA SER "RELIGIOSO" É PRECISO SER BURRO INTELECTUALMENTE?

Paz a todos... o tema dest post é uma pergunta retórica, é verdade, mas infelizmente parte significativa de nossa contemporaneidade ainda pensava assim até o limiar do século passado. "Ser crente é atitude de jeca", "Quando a pessoa não presta para mais nada, dá um crente", "Só gente de baixa condição financeira e intelectual envereda pelos escusos caminhos da religiosidade", etc. Ouvi muitos jargões desse quilate.


Por que essas expressões, num país onde, pele menos em tese, se possui "liberdade de expressão", aqui inclusa a de credo e crença (religiosa)?


Hoje, fazendo algumas leituras, deparei-me com uma postagem no site de um particular amigo, o "filósofo de São Paulo", Paulo Ghiraldelli Jr, a quem já tive o prazer de trazer ao Maranhão para um seminário de Filosofia nos idos de 2002.


Tá no blog dele, http://ghiraldelli.wordpress.com/2008/07/03/nao-e-preciso-ser-burro-para-ser-religioso/ e basicamente é esclarecedor sobre o tema, principalmente vindo dele, um homem essencialmente racionalista, mas que congrega elementos de sua fé, que nós respeitamos, mesma medida que exigimos para aqueles que resolveram abraçar a fé evangélica. Mas vamos a postagem, que incluo abaixo ipsis literis:


O monge beneditino Gaunilo viveu no começo dos anos mil, na Abadia de Marmoutiers, na França. O lugar ainda é um típico recanto medieval, criado no século V, perto da cidade de Strassburgo. Isso é tudo que sabemos de Gaunilo. No entanto, ele é um personagem chave na história da filosofia e, de certo modo, uma figura pitoresca.

Mas, de fato, nada há de tolice na réplica de Gaunilo. Também não há insensatez, isto é, carência de lógica. Tanto isso é verdade que Anselmo publicou sua “prova” seguida da objeção de Gaunilo. Aliás, essa objeção serviu para que Anselmo viesse a explicar melhor sua “prova” e, então, deu origem a uma polêmica que ainda perdura em nossos dias.

Podemos colocar a conversa de Anselmo e Gaunilo em termos dinâmicos, quase como se tivesse ocorrido não por cartas e textos, mas ao vivo. É o que segue.

Anselmo inicia sua argumentação a partir da noção cristã de Deus. Ele utiliza a seguinte expressão: “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”. Este “mais perfeito” pode ser pensado – é o que ele acredita – até pelo “tolo” ou “insensato”, caso este diga que compreende a expressão “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”. Bem, uma vez compreendido isso, então “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado” tem de existir, pois caso não existisse, teria uma carência e, então, não seria “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”.

A objeção de Gaunilo é simples: ele usa a definição de Anselmo, aplicando-a a uma ilha perdida. Trata-se de uma ilha em relação a que nenhuma outra ilha mais perfeita pode ser pensada. E ele diz que é evidente que, ao pensarmos essa ilha perfeita, disso não decorre necessariamente que ela tenha de existir. Não teríamos de admitir a existência da ilha só porque a pensamos em estado máximo de perfeição.

A resposta de Anselmo é rápida: uma ilha perfeita é um objeto empírico, e sua perfeição está restrita pela sua condição de ilha. Uma ilha perfeita, diríamos, pode ter predicados numerosos, mas o número deles é finito. Tudo que podemos atribuir a uma ilha, nós atribuímos. Mas, além disso, não podemos dar mais passos, para não descaracterizá-la como ilha. Todavia, Deus não é desse caráter. Não tem atributos limitados. Por isso ele cabe de modo único na fórmula “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”.

Poder-se-ia objetar, em favor de Gaunilo, que o exemplo da ilha foi infeliz, dado que empírico, e então o correto seria lançar mão de um elemento de imaginação, com o unicórnio. Todavia, nesse caso, a resposta de Anselmo ainda continuaria valendo. Ainda que somente imaginado, o unicórnio é um unicórnio e, para ser perfeito ao máximo, não poderia receber qualidades que não as circunscritas pelo que entendemos como unicórnio. Há um número finito de possibilidades de aperfeiçoar um unicórnio. Em contrapartida, este não é o caso “daquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”.

Mas a objeção de Gaunilo não é só esta. Ela se volta contra a idéia de que, se há quem não possui a noção de Deus, ou seja, o “tolo” ou o “insensato”, este pode muito bem se recusar, sem perder a razão, em aceitar que seja capaz de compreender o conteúdo da fórmula “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”. A fórmula, então, nada seria que um fio de palavras só aparentemente com algum significado válido.

De certo modo, o que Anselmo retruca pode ser colocado do seguinte modo: meu caro Gaunilo, não há razão para se desejar usar de argumento para provar a existência de Deus de modo a converter o não crédulo.

A conversão, sendo possível, continua como obra da fé, e assim deve ser no cristianismo. A “prova” da existência de Deus é uma forma de satisfazer a curiosidade filosófica, de maneira que possamos entender o que a fé coloca. De modo algum a “prova” – esta ou qualquer outra – é uma forma de justificar racionalmente a fé, pois, caso fosse assim, a fé não seria fé, mas seria uma capacidade baseada na razão. Haveria uma inversão da relação entre fé e razão, o que descaracterizaria a atividade de Anselmo, que se mantém como padre da Igreja.

Pelo que sabemos, Gaunilo se calou. Ou melhor, por falta de informação, a história da filosofia se fez calando Gaunilo. O seu “tolo” ou “insensato”, no entanto, não foi esquecido. Santo Tomás de Aquino voltou ao ponto. Ele insistiu no fato de que mesmo que a palavra “Deus” fosse em geral reconhecida com “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”, isso não forçaria alguém a pensar que Deus existe no mundo real, e não só no pensamento. Os que sustentariam a não existência de Deus simplesmente não aceitariam que há “aquilo em relação a que nada de mais perfeito pode ser pensado”.

Ora, mas nesse caso Aquino volta ao ponto já explicado por Anselmo. O argumento de Anselmo não é uma forma de provar a existência de Deus para aquele que, não tendo fé, teria de conseguir vir a acreditar em Deus por meio de provas racionais. O argumento de Anselmo, do ponto de vista puramente filosófico, é algo que visa caracterizar Deus e mostrar que sua existência está vinculada logicamente à sua definição. Nada o impede de fazer isso. Um homem religioso, de fé, não precisa ficar só com a fé se é alguém predisposto à curiosidade. Pode enriquecer seu pensamento, ao lado da fé, para questões filosóficas.

A fórmula de Anselmo para tal, logo no início de sua argumentação é de que seu método é o da “fé perseguindo o entendimento”. A fé caminha na frente, antes de tudo. Os resultados do cultivo da mente, a partir da filosofia, vão sendo facilitados por ela. Uma maneira inteligente de ser religioso? Sim, talvez seja isso mesmo o que Anselmo queria para ele próprio.


(*) Parafraseando Fernando Henrique Cardoso, que na Presidência da República disse a frase (correta): “não é preciso ser burro para ser de esquerda”.

Prof. Damasceno

sexta-feira, 15 de maio de 2009

COMO TRANSFORMAR CARÁTERES?

A paz do Senhor a todos...

Esses dias, pesquisando para algumas ministrações que estão em curso para algumas igrejas de minha região, me deparei com a seguinte informação, que julguei importantíssima compartilhar com os leitores desse blog.

Muitos anos atrás, Al Capone possuía virtualmente Chicago em "suas mãos". Capone não era famoso por nenhum ato heróico. Ele era notório por empastar a cidade com tudo relativo a contrabando, bebida, prostituição e assassinatos. Capone tinha um advogado apelidado ''Easy Eddie". Era o seu advogado por um excelente motivo: Eddie era muito bom! Na realidade, sua habilidade, manobrando no cipoal legal, manteve Al Capone fora da prisão por muito tempo. Para mostrar seu apreço, Capone lhe pagava muito bem. Não só o dinheiro era grande, como Eddie também tinha vantagens especiais. Por exemplo, ele e a família moravam em uma mansão protegida, com todas as conveniências possíveis. A propriedade era tão Grande que ocupava um quarteirão inteiro em Chicago. Eddie vivia a vida da alta roda de Chicago, mostrando pouca preocupação com as atrocidades que ocorriam à sua volta.

No entanto, Easy Eddie tinha um ponto fraco. Ele tinha um filho que amava afetuosamente.
Eddie cuidava que seu jovem filho tivesse o melhor de tudo: roupas, carros e uma excelente educação. Nada era poupado. Preço não era objeção. E, apesar do seu envolvimento com o crime organizado, Eddie tentou lhe ensinar o que era certo e o que era errado. Eddie queria que seu filho se tornasse um homem melhor que ele. Mesmo assim, com toda a sua riqueza e influência, havia duas coisas que ele não podia dar ao filho: ele não podia transmitir-lhe um Nome bom ou um bom exemplo.

Um dia, Easy Eddie chegou a uma decisão difícil: "tentaria corrigir as injustiças de que tinha participado". Ele decidiu que iria às autoridades e contaria a verdade sobre Al 'Scarface' Capone,
limpando o seu nome manchado e oferecendo ao filho alguma semelhança de integridade. Para fazer isto, ele teria que testemunhar contra a quadrilha e sabia que o preço seria muito alto.
Ainda assim, ele testemunhou. Em um ano, a vida de Easy Eddie terminou em um tiroteio em uma rua de Chicago. Mas aos olhos dele, ele tinha dado ao filho o maior presente que poderia oferecer, ao maior preço que poderia pagar: sua própria vida. A polícia recolheu em seus bolsos um rosário, um crucifixo, uma medalha religiosa e um poema, recortado de uma revista. O poema: "O relógio de vida recebe corda apenas uma vez. E nenhum homem tem o poder de
decidir quando os ponteiros pararão, se mais cedo ou mais tarde. Agora é o único tempo que você possui. Viva, ame e trabalhe com vontade. Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento".

Vamos agora mudar de cenário, precisamente para a Segunda Guerra Mundial, que produziu
muitos heróis. Um deles foi o Comandante Butch O'Hare. Ele era um piloto de caça, operando no porta-aviões Lexington, no Pacífico Sul. Um dia, o seu esquadrão foi enviado em uma missão. Quando já estavam voando, ele notou pelo medidor de combustível que alguém tinha esquecido de encher os tanques. Ele não teria combustível suficiente para completar a missão e retornar ao navio. O líder do vôo o instruiu a voltar ao porta-aviões. Relutantemente, ele saiu da formação e iniciou a volta à frota. Quando estava voltando ao navio-mãe, viu algo que fez seu sangue gelar: um esquadrão de aviões japoneses voava na direção da frota americana. Com os caças
americanos afastados da frota, ela ficaria indefesa ao ataque. Ele não podia alcançar seu esquadrão nem avisar a frota da aproximação do perigo. Havia apenas uma coisa a fazer: Ele teria que desviá-los da frota de alguma maneira.

E assim, afastando todos os pensamentos sobre a sua segurança pessoal, ele mergulhou sobre a formação de aviões japoneses. Seus canhões de calibre 50, montados nas asas, disparavam enquanto ele atacava um surpreso avião inimigo e em seguida outro. Butch costurou dentro e fora da formação, agora rompida e incendiou tantos aviões quanto possível, até que sua munição
finalmente acabou. Ainda assim, ele continuou a agressão. Mergulhava na direção dos aviões, tentando destruir e danificar tantos aviões inimigos quanto possível, tornando-os impróprios para voar.

Finalmente, o exasperado esquadrão japonês partiu em outra direção. Profundamente aliviado, Butch O'Hare e o seu avião danificado se dirigiram para o porta-aviões. Logo à sua chegada ele informou seus superiores sobre o acontecido. O filme da máquina fotográfica montada no avião contou a história com detalhes. Mostrou a extensão da ousadia de Butch em atacar o esquadrão japonês para proteger a frota. Na realidade, ele tinha destruído cinco aeronaves inimigas. Isto ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1942, e por aquela ação Butch se tornou o primeiro Ás da Marinha na 2ª Guerra Mundial, e o primeiro Aviador Naval a receber a Medalha Congressional de Honra.

No ano seguinte Butch morreu em combate aéreo com 29 anos de idade. Sua cidade natal não permitiria que a memória deste herói da 2ª Guerra desaparecesse, e hoje, o Aeroporto O'Hare, o principal de Chicago, tem esse nome em tributo à coragem deste grande homem. Assim, se porventura você passar no O'Hare International, pense nele e vá ao Museu comemorativo sobre Butch, visitando sua estátua e a Medalha de Honra. Fica situado entre os Terminais 1 e 2. O que têm estas duas histórias de comum entre elas? Butch O'Hare era o filho de Easy Eddie.

Que esse belo exemplo possa nos dar combustível para enfrentarmos as situações dificeis de nossa vida, que exigem de nós uma atitude de coragem e ousadia e, principalmente, do reconhecimento da importância do legado que iremos deixar para nossos filhos e filhas.

Nos laços do Calvário
Prof. Damasceno!!